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RTP Falamos Português, Falamos Português 1.2

Mas quando, em português, os nomes próprios de indivíduos fazem parte da nossa memória histórico-cultural colectiva, então o artigo definido é geralmente omitido (são exemplos disso “Pessoa escreveu a Mensagem” ou “Os Maias foram escritos por Eça de Queirós”). Quando os interlocutores têm um contacto profissional ou circunstancial, o uso da língua torna-se formal. Recorre-se a outros processos, como, por exemplo, fazer anteceder o nome próprio ou o apelido de expressões que indicam o género: “o Senhor” e respectivo apelido (no caso masculino); “a Senhora Dona”, com nome próprio (no caso feminino). Pode acrescentar-se ainda a indicação de algumas profissões, como por ex. : “Senhor Dr.”, “Sr. Eng.”, com ou sem apelido: Informal Formal O João... a Ana ... o António... (artigo + Nome próprio) O Sr. Tavares.... A Sr.ª D. Ana Paula Masc. (artigo + Senhor + Apelido) Fem. (artigo + Senhora + Dona + Nome próprio) Quando alguém se apresenta, ou apresenta alguém, fá-lo frequentemente de um modo mais informal. No entanto, também aí pode haver processos mais elaborados em função de situações específicas, em que o artigo é omitido. Vejamos os exemplos: 2.1 APRESENTAR-SE: Informal - Olá. Eu sou o António.

Formal - O meu nome é António Santos. - Chamo-me António Santos.

2.2 APRESENTAR ALGUÉM: Informal - Este é o meu amigo António. - E tu, lembras-te da minha prima Ana Paula? Vocês já se encontraram, lembram-se?

Formal - Apresento-lhe o Sr. Dr. Mateus. - Tenho o prazer de apresentar a Sr.ª D. Margarida Campos. 8 3. AGRADECER Embora nem sempre se verifique na prática, a fórmula básica de agradecimento varia em género e número, de acordo com a pessoa que fala. Como vemos no exemplo, o João agradece dizendo ‘obrigado', enquanto a Ana diz ‘obrigada': De acordo com a pessoa que fala: João: - Obrigado! Ana: - Obrigada! Apesar desta norma, constata-se uma tendência para a utilização da forma masculina singular por parte dos falantes em geral.

4. SER - ESTAR Quem fala português desde que nasceu, provavelmente, não se apercebe da existência de dois verbos com significados bem distintos mas que correspondem a um único verbo em outras línguas. É o caso dos verbos “SER” e “ESTAR”. Vamos observar alguns exemplos retirados do diálogo ocorrido entre os nossos jovens amigos: Eu sou o António. Este é o meu amigo António. A viagem foi boa. É natural! Este é o vosso hotel.

Estou no aeroporto. Olha o António! Está ali! Como estás? Estou óptimo! Nós estamos de férias.

É possível perceber a existência de uma propriedade de carácter permanente (ex. : “Eu sou o António”, “Este é o meu amigo”) que ocorre com o verbo “SER” e de outra propriedade transitória e temporária que ocorre com o verbo “ESTAR” (ex. : “Estou no aeroporto”, “nós estamos de férias”). Nestas frases, facilmente se compreende que se trata de contextos que não permitem a troca do verbo. Seria agramatical dizer : “*eu estou o António” ou “*Este está o meu amigo António” Assim como também seria agramatical proferir: “¨*eu sou no aeroporto” ou “*eu sou de férias” No entanto, apesar da clareza destes contextos, é possível que ocorram situações em que só pelo uso do verbo é possível interpretar a frase. Vejamos o que acontece com os seguintes exemplos: [1. “Lisboa está muito diferente” 2. “Lisboa é muito diferente do Porto”] No primeiro exemplo, “Lisboa está muito diferente”, encontramos propriedades transitórias ou temporárias: A cidade está diferente porque mudou, tem prédios novos, cresceu, apresenta alterações em relação a um estado anterior. No segundo exemplo, “Lisboa é muito diferente do Porto”, apercebemo-nos de propriedades permanentes, contextualizadas por “ser”. Trata-se de uma propriedade duradoura: Lisboa é diferente do Porto, é única.

Vamos agora saber um pouco mais sobre Portugal, o país que tem as fronteiras mais antigas da Europa.

No Norte de Portugal localiza-se uma área de densa vegetação e com uma profunda riqueza histórica. Com efeito, foi a partir daqui que se iniciou o processo de reconquista cristã, no início do séc. XII, facto que deu origem à formação do reino de Portugal. No Centro encontram-se os contrastes do mar e da serra associados a memórias antigas, perpetuadas em lugares e tradições. São populares muitas histórias de feitos heróicos de resistência à dominação romana nos primeiros séculos da nossa era, em que se destaca Viriato, bem recordado na cidade de Viseu. A cidade de Coimbra, cidade universitária por excelência, possui uma das universidades mais antigas da Península Ibérica e uma vida intimamente ligada aos estudantes. Muito próximo, as ruínas romanas da cidade de Conímbriga recordam origens bem mais antigas. O vale do rio Tejo possui características que evidenciam uma transição para sul do país. De facto, este rio parece dividir o território a meio: o Norte mais montanhoso, mais húmido e mais fresco; o Sul, mais plano, mais seco e mais quente. Na região Sul, sobressaem as vastas planícies do Alentejo. O verde das lezírias dá lugar ao dourado das searas de trigo e a grandes extensões de terra onde os rebanhos procuram descansar à sombras dos sobreiros. A cidade de Évora, classificada como Património Mundial pela Unesco, apresenta monumentos de épocas bastantes diversas, dos quais se destaca o Templo de Diana, construção romana do séc. II.

Estendendo-se mais para sul os terrenos vão ficando mais secos e menos povoados. Algumas formações montanhosa preparam a entrada no Algarve, região com características marcadamente mediterrânicas, muito conhecida pelas suas praias, mas onde se sente ainda a grande influência da cultura árabe que ali se manteve entre os séculos VII e XIII. A cerca de mil quilómetros para sul, em pleno Oceano Atlântico, o arquipélago da Madeira surpreende pela beleza contrastada entre as suas principais ilhas: a de Porto Santo e a da Madeira. Aí, é possível percorrer as estações do ano em um só dia: Verão junto ao mar, Primavera nas encostas altas do litoral, Outono nas do interior e Inverno nos cumes mais altos.

A cerca de 1400 quilómetros a oeste de Lisboa, fica o arquipélago dos Açores, formado por nove ilhas, algumas delas mantendo ainda vulcanismo activo. É um conjunto de ilhas mágicas, muito diversas entre si, e que conservam tradições que remontam aos primeiros anos da sua colonização. Prova disto é a classificação de Património mundial da Humanidade atribuída ao centro histórico de Angra do Heroísmo e à Paisagem da Cultura do vinho da Ilha do Pico. São prova também as festas já milenares da devoção ao Divino Espírito Santo, cujas raízes se perdem no tempo...

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Mas quando, em português, os nomes próprios de indivíduos fazem parte da nossa memória histórico-cultural colectiva, então o artigo definido é geralmente omitido (são exemplos disso “Pessoa escreveu a Mensagem” ou “Os Maias foram escritos por Eça de Queirós”).
Quando os interlocutores têm um contacto profissional ou circunstancial, o uso da língua torna-se formal. Recorre-se a outros processos, como, por exemplo, fazer anteceder o nome próprio ou o apelido de expressões que indicam o género: “o

Senhor” e respectivo apelido (no caso masculino); “a Senhora Dona”, com nome próprio (no caso feminino). Pode acrescentar-se ainda a indicação de algumas profissões, como por ex.: “Senhor Dr.”, “Sr. Eng.”, com ou sem apelido:
Informal
Formal
O João... a Ana ... o António...
(artigo + Nome próprio)
O Sr. Tavares.... A Sr.ª D. Ana Paula
Masc. (artigo + Senhor + Apelido)
Fem. (artigo + Senhora + Dona + Nome próprio)
Quando alguém se apresenta, ou apresenta alguém, fá-lo frequentemente de um modo mais informal. No entanto, também aí pode haver processos mais elaborados em função de situações específicas, em que o artigo é omitido. Vejamos os exemplos:

2.1 APRESENTAR-SE:
Informal
- Olá. Eu sou o António.

Formal
- O meu nome é António Santos.
- Chamo-me António Santos.

2.2 APRESENTAR ALGUÉM:

Informal

- Este é o meu amigo António.
- E tu, lembras-te da minha prima Ana Paula? Vocês já se encontraram, lembram-se?

Formal

- Apresento-lhe o Sr. Dr. Mateus.
- Tenho o prazer de apresentar a Sr.ª D. Margarida Campos. 8

3. AGRADECER
Embora nem sempre se verifique na prática, a fórmula básica de agradecimento varia em género e número, de acordo com a pessoa que fala. Como vemos no exemplo, o João agradece dizendo ‘obrigado', enquanto a Ana diz ‘obrigada':
De acordo com a pessoa que fala:
João: - Obrigado!
Ana: - Obrigada!
Apesar desta norma, constata-se uma tendência para a utilização da forma masculina singular por parte dos falantes em geral.

4. SER - ESTAR
Quem fala português desde que nasceu, provavelmente, não se apercebe da existência de dois verbos com significados bem distintos mas que correspondem a um único verbo em outras línguas. É o caso dos verbos “SER” e “ESTAR”.
Vamos observar alguns exemplos retirados do diálogo ocorrido entre os nossos jovens amigos:

Eu sou o António.
Este é o meu amigo António.
A viagem foi boa.
É natural!
Este é o vosso hotel.

Estou no aeroporto.
Olha o António! Está ali!
Como estás?
Estou óptimo!
Nós estamos de férias.


É possível perceber a existência de uma propriedade de carácter permanente (ex.: “Eu sou o António”, “Este é o meu amigo”) que ocorre com o verbo “SER” e de outra propriedade transitória e temporária que ocorre com o verbo “ESTAR” (ex.: “Estou no aeroporto”, “nós estamos de férias”). Nestas frases, facilmente se compreende que se trata de contextos que não permitem a troca do verbo. Seria agramatical dizer :

“*eu estou o António” ou “*Este está o meu amigo António”

Assim como também seria agramatical proferir:

“¨*eu sou no aeroporto” ou “*eu sou de férias”

No entanto, apesar da clareza destes contextos, é possível que ocorram situações em que só pelo uso do verbo é possível interpretar a frase. Vejamos o que acontece com os seguintes exemplos:

[1. “Lisboa está muito diferente”
2. “Lisboa é muito diferente do Porto”]

No primeiro exemplo, “Lisboa está muito diferente”, encontramos propriedades transitórias ou temporárias: A cidade está diferente porque mudou, tem prédios novos, cresceu, apresenta alterações em relação a um estado anterior.
No segundo exemplo, “Lisboa é muito diferente do Porto”, apercebemo-nos de propriedades permanentes, contextualizadas por “ser”. Trata-se de uma propriedade duradoura: Lisboa é diferente do Porto, é única.

Vamos agora saber um pouco mais sobre Portugal, o país que tem as fronteiras mais antigas da Europa.

No Norte de Portugal localiza-se uma área de densa vegetação e com uma profunda riqueza histórica. Com efeito, foi a partir daqui que se iniciou o processo de reconquista cristã, no início do séc. XII, facto que deu origem à formação do reino de Portugal.
No Centro encontram-se os contrastes do mar e da serra associados a memórias antigas, perpetuadas em lugares e tradições. São populares muitas histórias de feitos heróicos de resistência à dominação romana nos primeiros séculos da nossa era, em que se destaca Viriato, bem recordado na cidade de Viseu. A cidade de Coimbra, cidade universitária por excelência, possui uma das universidades mais antigas da Península Ibérica e uma vida intimamente ligada aos estudantes. Muito próximo, as ruínas romanas da cidade de Conímbriga recordam origens bem mais antigas.
O vale do rio Tejo possui características que evidenciam uma transição para sul do país. De facto, este rio parece dividir o território a meio: o Norte mais montanhoso, mais húmido e mais fresco; o Sul, mais plano, mais seco e mais quente.
Na região Sul, sobressaem as vastas planícies do Alentejo. O verde das lezírias dá lugar ao dourado das searas de trigo e a grandes extensões de terra onde os rebanhos procuram descansar à sombras dos sobreiros.
A cidade de Évora, classificada como Património Mundial pela Unesco, apresenta monumentos de épocas bastantes diversas, dos quais se destaca o Templo de Diana, construção romana do séc. II.
Estendendo-se mais para sul os terrenos vão ficando mais secos e menos povoados. Algumas formações montanhosa preparam a entrada no Algarve, região com características marcadamente mediterrânicas, muito conhecida pelas suas praias,

mas onde se sente ainda a grande influência da cultura árabe que ali se manteve entre os séculos VII e XIII.

A cerca de mil quilómetros para sul, em pleno Oceano Atlântico, o arquipélago da Madeira surpreende pela beleza contrastada entre as suas principais ilhas: a de Porto Santo e a da Madeira. Aí, é possível percorrer as estações do ano em um só dia: Verão junto ao mar, Primavera nas encostas altas do litoral, Outono nas do interior e Inverno nos cumes mais altos.

A cerca de 1400 quilómetros a oeste de Lisboa, fica o arquipélago dos Açores, formado por nove ilhas, algumas delas mantendo ainda vulcanismo activo. É um conjunto de ilhas mágicas, muito diversas entre si, e que conservam tradições que remontam aos primeiros anos da sua colonização. Prova disto é a classificação de Património mundial da Humanidade atribuída ao centro histórico de Angra do Heroísmo e à Paisagem da Cultura do vinho da Ilha do Pico. São prova também as festas já milenares da devoção ao Divino Espírito Santo, cujas raízes se perdem no tempo...