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Reportagem Especial - Aquecimento Global, Mudança de hábito como alternativa para frear a degradação ambiental

João Meirelles Filho vem de uma família de pecuaristas. Seus avós e seu pai sempre lidaram com o gado e ele mesmo administrou fazendas no Mato Grosso do Sul. Com o passar do tempo, João foi observando como a pecuária atingia as florestas de forma impiedosa. O incômodo se refletiu no seu modo de vida: ele deixou a pecuária, ingressou na área do ecoturismo e se tornou vegetariano. João Meirelles Filho explica sua escolha de forma objetiva: um terço do rebanho brasileiro está na Amazônia, em um processo de desmatamento que aconteceu nos últimos 30 anos.

"É uma postura de cidadania. Se uma das coisas que o Brasil tem de mais de mais precioso e o brasileiro preza a Amazônia, ele entregá-la aos bois, ao pisoteio do gado, é jogar no lixo aquilo que a gente tem de mais precioso, e que tem a ver com o nosso presente e o nosso futuro. A gente tem que pensar um pouco sobre isso e pensar que há trinta anos não havia boi na Amazônia, havia um milhão de cabeças espalhadas nas áreas de pastagem natural. Hoje não, nós colocamos 80 milhões e se não pararmos esse processo, teremos 200 milhões em dez anos." Deixar de comer carne ou ao menos diminuir o consumo para frear a degradação ambiental é uma idéia que anda aparecendo em diversos locais do mundo. O beatle Paul McCartney já conclamou as pessoas a comerem pratos vegetarianos uma vez por semana para ajudar a conter o aquecimento global. E um relatório da ONU aponta que a pecuária emite mais gases de efeito estufa do que o setor de transportes. Sabe aquela animação que andou circulando na internet que falava sobre o pum da vaca? (efeito) Sim, é coisa séria. Na Europa já acontecem estudos para mudar a alimentação e diminuir a emissão de gases com a flatulência dos animais.

Mas a maior fonte mundial de dióxido de carbono vindo da produção de carne é o desmatamento. E aí entra o Brasil, que aparece em quinto lugar na lista de maiores emissores globais por conta do desmatamento na Amazônia. Como a terra na região norte ainda é muito barata, é mais fácil desmatar do que revitalizar a terra que já se transformou em pasto, como explica o engenheiro florestal Paulo Barreto.

"Isso poderia mudar se a expansão da pecuária acontecesse aumentando a produtividade, ou seja, criando mais gado nas áreas que já estão desmatadas, isso pode ser feito melhorando as técnicas da criação do gado. Mas hoje acaba sendo mais barato desmatar novas áreas do que melhorar essas técnicas.

Paulo Barreto é pesquisador da ONG Imazon, e aponta que diminuir o consumo de carne pode sim ter um efeito na outra ponta da cadeia. Se a demanda diminui, é natural que as áreas de pecuária também decresçam. Mas ele acha essa opção mais complicada, pois depende da escolha de cada pessoa. Mas ele destaca também que o consumidor pode atuar em outra frente: questionando de onde vem a carne que ele compra no mercado, exigindo que venha de áreas legalizadas. Justamente nessa linha, o Instituto de Defesa do Consumidor, o Idec, lançou uma página na internet onde o consumidor confere dicas para ajudar no esforço ambiental, como explica a coordenadora da campanha, Liza Gun.

"Então o consumidor super consciente do problema preocupado com a devastação da floresta amazônica mas ele na hora de comprar carne para seu churrasco ou consumir carne normalmente ele não faz relação entre a carne que ele compra no supermercado ou no açougue e o desmatamento da amazônia e a verdade é que a gente tem o avanço da pecuária no bioma amazônico." Liza Gun aponta dois caminhos para quem quiser ajudar: perguntar sobre o origem da carne e diminuir o consumo.

"Que os consumidores cobrem dos supermercados sistemas de rastreabilidade que garantam ao consumidor que a carne que está comprando não venha de área de desmantamento da Amazônia. "Ao lado disso até uma certa diminuição no consumo de carne também é uma possibilidade? Isso deve ser o primeiro ponto." O servidor público Everton Oliveira é favorável a que pessoas repensem seus hábitos alimentares. Ele não é vegetariano, mas destaca que só diminuindo o consumo as pessoas já podem contribuir.

"Não que você substitua, mas que você consuma menos carne, porque você vai estar preservando mais a floresta porque não vai ter mais abertura de pasto, as árvores vão crescer. Por que você não está comendo bife todo dia? não é porque você não pode comer todo dia, mas é uma maneira de você ajudar a preservar o planeta, porque não comendo bife você não está usando a floresta." O João Meirelles Filho, que abriu essa reportagem, destaca que ninguém é obrigado a deixar de comer carne de um dia para o outro. É importante que seja algo consciente, que venha de uma reflexão e de um sentimento de afeto com o planeta.

"As pessoas tem que pensar de que maneira elas pisam no planeta, elas afetam o planeta e de que maneira elas podem contribuir de maneira alegre, simpática, sem ser forçada. Isso não é uma coisa racional, é muito mais sentimental e intuitivo." De Brasília, Daniele Lessa

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João Meirelles Filho vem de uma família de pecuaristas. Seus avós e seu pai sempre lidaram com o gado e ele mesmo administrou fazendas no Mato Grosso do Sul. Com o passar do tempo, João foi observando como a pecuária atingia as florestas de forma impiedosa. O incômodo se refletiu no seu modo de vida: ele deixou a pecuária, ingressou na área do ecoturismo e se tornou vegetariano. João Meirelles Filho explica sua escolha de forma objetiva: um terço do rebanho brasileiro está na Amazônia, em um processo de desmatamento que aconteceu nos últimos 30 anos.

"É uma postura de cidadania. Se uma das coisas que o Brasil tem de mais de mais precioso e o brasileiro preza a Amazônia, ele entregá-la aos bois, ao pisoteio do gado, é jogar no lixo aquilo que a gente tem de mais precioso, e que tem a ver com o nosso presente e o nosso futuro. A gente tem que pensar um pouco sobre isso e pensar que há trinta anos não havia boi na Amazônia, havia um milhão de cabeças espalhadas nas áreas de pastagem natural. Hoje não, nós colocamos 80 milhões e se não pararmos esse processo, teremos 200 milhões em dez anos."

Deixar de comer carne ou ao menos diminuir o consumo para frear a degradação ambiental é uma idéia que anda aparecendo em diversos locais do mundo. O beatle Paul McCartney já conclamou as pessoas a comerem pratos vegetarianos uma vez por semana para ajudar a conter o aquecimento global. E um relatório da ONU aponta que a pecuária emite mais gases de efeito estufa do que o setor de transportes. Sabe aquela animação que andou circulando na internet que falava sobre o pum da vaca? (efeito) Sim, é coisa séria. Na Europa já acontecem estudos para mudar a alimentação e diminuir a emissão de gases com a flatulência dos animais.

Mas a maior fonte mundial de dióxido de carbono vindo da produção de carne é o desmatamento. E aí entra o Brasil, que aparece em quinto lugar na lista de maiores emissores globais por conta do desmatamento na Amazônia. Como a terra na região norte ainda é muito barata, é mais fácil desmatar do que revitalizar a terra que já se transformou em pasto, como explica o engenheiro florestal Paulo Barreto.

"Isso poderia mudar se a expansão da pecuária acontecesse aumentando a produtividade, ou seja, criando mais gado nas áreas que já estão desmatadas, isso pode ser feito melhorando as técnicas da criação do gado. Mas hoje acaba sendo mais barato desmatar novas áreas do que melhorar essas técnicas.

Paulo Barreto é pesquisador da ONG Imazon, e aponta que diminuir o consumo de carne pode sim ter um efeito na outra ponta da cadeia. Se a demanda diminui, é natural que as áreas de pecuária também decresçam. Mas ele acha essa opção mais complicada, pois depende da escolha de cada pessoa. Mas ele destaca também que o consumidor pode atuar em outra frente: questionando de onde vem a carne que ele compra no mercado, exigindo que venha de áreas legalizadas. Justamente nessa linha, o Instituto de Defesa do Consumidor, o Idec, lançou uma página na internet onde o consumidor confere dicas para ajudar no esforço ambiental, como explica a coordenadora da campanha, Liza Gun.

"Então o consumidor super consciente do problema preocupado com a devastação da floresta amazônica mas ele na hora de comprar carne para seu churrasco ou consumir carne normalmente ele não faz relação entre a carne que ele compra no supermercado ou no açougue e o desmatamento da amazônia e a verdade é que a gente tem o avanço da pecuária no bioma amazônico."

Liza Gun aponta dois caminhos para quem quiser ajudar: perguntar sobre o origem da carne e diminuir o consumo.

"Que os consumidores cobrem dos supermercados sistemas de rastreabilidade que garantam ao consumidor que a carne que está comprando não venha de área de desmantamento da Amazônia.
"Ao lado disso até uma certa diminuição no consumo de carne também é uma possibilidade?
Isso deve ser o primeiro ponto."

O servidor público Everton Oliveira é favorável a que pessoas repensem seus hábitos alimentares. Ele não é vegetariano, mas destaca que só diminuindo o consumo as pessoas já podem contribuir.

"Não que você substitua, mas que você consuma menos carne, porque você vai estar preservando mais a floresta porque não vai ter mais abertura de pasto, as árvores vão crescer. Por que você não está comendo bife todo dia? não é porque você não pode comer todo dia, mas é uma maneira de você ajudar a preservar o planeta, porque não comendo bife você não está usando a floresta."

O João Meirelles Filho, que abriu essa reportagem, destaca que ninguém é obrigado a deixar de comer carne de um dia para o outro. É importante que seja algo consciente, que venha de uma reflexão e de um sentimento de afeto com o planeta.

"As pessoas tem que pensar de que maneira elas pisam no planeta, elas afetam o planeta e de que maneira elas podem contribuir de maneira alegre, simpática, sem ser forçada. Isso não é uma coisa racional, é muito mais sentimental e intuitivo."

De Brasília, Daniele Lessa