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RTP Falamos Português, Falamos Português 2.2

PROGRAMA 2 TRANSPORTES URBANOS As primeiras estações foram construídas nos anos cinquenta do século XX e tinham já uma preocupação estética na construção de ambientes que diminuíssem a sensação de se estar num espaço subterrâneo. Desse primeiro período, há dois nomes de referência: o arquitecto Keil do Amaral, que criou o modelo de estação tipo e a pintora Maria Keil, que assumiu os revestimentos das estações. De facto, apesar dos recursos limitados, conseguiram colocar o Metropolitano de Lisboa como exemplo de criação de espaços públicos. Em 1988, com o prolongamento da rede do metro, surge uma outra geração de espaços. São inauguradas novas estações entre Sete Rios e o Colégio Militar e entre Entrecampos e a Cidade Universitária. A ideia original de decorar os espaços públicos dentro das estações do Metro foi recuperada e levada mais a sério. Por isso, foram convidados quatro artistas contemporâneos já conhecidos na área das artes plásticas para decorar os azulejos que revestiam as estações. Rolando Sá Nogueira decorou a estação das Laranjeiras com...laranjas, claro! Inteiras, cortadas ou em cachos realçam de forma alegre e descontraída as paredes daquela estação associando-a ao nome do local. Júlio Pomar encontrou nos esboços de figuras da cultura ibérica a sua forma de se associar ao Alto dos Moinhos... D. Quixote de La Mancha estará para sempre ligado aos moinhos... Manuel Cargaleiro foi o escolhido para a estação do Colégio Militar e encheu-a de letras... A decoração da Cidade Universitária foi entregue a Maria Helena Vieira da Silva que usou o seu estilo inconfundível para homenagear o local com o seu painel «Le Métro». Manuel Cargaleiro fez a transposição desse painel para azulejo. Nele Helena Vieira da Silva quis retratar simbolicamente a multidão anónima. Surgem ainda duas grandes corujas e olhos que simbolizam o Conhecimento, a Sabedoria e a Razão com uma ligação directa ao local. Em 1990, aprovado um novo Plano de Expansão da Rede, que se desenvolveria até 1999, de novo se avançou com a renovação de novas estações. São excelentes exemplos a estação do Campo Pequeno, a cargo do escultor Francisco Simões, que a integrou também na linha histórica do local, e também a estação do Martim Moniz que evoca outras memórias, 10 que foram incrustadas nas paredes recordando tempos bem mais antigos da conquista da cidade de Lisboa. Gracinda Candeias fez uma caracterização multicultural enquanto José João de Brito trabalhou o tema da conquista de Lisboa realçando o episódio de Martim Moniz. Podemos dizer, com algum orgulho, que Lisboa possui um Metropolitano muito bonito e moderno, em que é agradável viajar e onde foram minimizados os receios e algum possível desconforto de espaços subterrâneos. Fundada em 1872, a Carris tem vindo a actualizar-se permitindo viagens cada vez mais confortáveis ligando todos os pontos da cidade. Todos os que precisam de se deslocar em Lisboa sentirão necessidade de recorrer a um autocarro, a um eléctrico ou mesmo a um elevador da Carris. A história desta empresa está intimamente ligada ao aparecimento dos primeiros eléctricos em Portugal. Com efeito, a 17 de Novembro de 1873 foi inaugurada a primeira linha de «americanos» entre a actual Estação de Santa Apolónia e a zona de Santos. Em 31 de Agosto de 1901 teve início o serviço de Carros Eléctricos. Nos anos seguintes foi electrificada a rede existente, apareceram mais carreiras, aumentou o número de carros, o primeiro importado dos Estados Unidos, mas que depois de 1924 passam a ser construídos nas oficinas da Empresa. Em 1940, a Carris comprou seis autocarros para reforçar o transporte de visitantes para a para a Exposição do Mundo Português, que se realizaria nesse mesmo ano em Belém. Como consequência, em 1944, foi inaugurado oficialmente um serviço de autocarros. Com os anos, o número de autocarros superou o dos carros eléctricos. Estes ficaram limitados a toda a área mais central e antiga da cidade conferindo um ambiente muito genuíno a todos os bairros por onde passavam. Entretanto os autocarros, mais fáceis de se expandir, acompanhavam o desenvolvimento urbano atingindo facilmente novos bairros populacionais. Gradualmente os eléctricos foram ficando reduzidos a áreas cada vez mais restritas. Hoje, são muito poucas as linhas existentes e, por serem as que restam de um passado recente, têm uma marca saudosista e atraente para o turismo. 11 12 No entanto, um novo dinamismo parece estar em curso tanto em eléctricos como em autocarros. De facto, assiste-se à renovação da frota com novos eléctricos, por causa das suas características ecológicas; há já uma nova geração de carros eléctricos, mais confortáveis e mais rápidos, em áreas específicas da cidade. E também os novos autocarros, bem equipados e confortáveis, facilitam a deslocação em Lisboa, substituindo, com vantagem, os transportes particulares.

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PROGRAMA 2
TRANSPORTES URBANOS

As primeiras estações foram construídas nos anos cinquenta do século XX e tinham já uma preocupação estética na construção de ambientes que diminuíssem a sensação de se estar num espaço subterrâneo. Desse primeiro período, há dois nomes de referência: o arquitecto Keil do Amaral, que criou o modelo de estação tipo e a pintora Maria Keil, que assumiu os revestimentos das estações. De facto, apesar dos recursos limitados, conseguiram colocar o Metropolitano de Lisboa como exemplo de criação de espaços públicos. Em 1988, com o prolongamento da rede do metro, surge uma outra geração de espaços. São inauguradas novas estações entre Sete Rios e o Colégio Militar e entre Entrecampos e a Cidade Universitária.
A ideia original de decorar os espaços públicos dentro das estações do Metro foi recuperada e levada mais a sério. Por isso, foram convidados quatro artistas contemporâneos já conhecidos na área das artes plásticas para decorar os azulejos que revestiam as estações. Rolando Sá Nogueira decorou a estação das Laranjeiras com...laranjas, claro! Inteiras, cortadas ou em cachos realçam de forma alegre e descontraída as paredes daquela estação associando-a ao nome do local.
Júlio Pomar encontrou nos esboços de figuras da cultura ibérica a sua forma de se associar ao Alto dos Moinhos... D. Quixote de La Mancha estará para sempre ligado aos moinhos... Manuel Cargaleiro foi o escolhido para a estação do Colégio Militar e encheu-a de letras... A decoração da Cidade Universitária foi entregue a Maria Helena Vieira da Silva que usou o seu estilo inconfundível para homenagear o local com o seu painel «Le Métro». Manuel Cargaleiro fez a transposição desse painel para azulejo. Nele Helena Vieira da Silva quis retratar simbolicamente a multidão anónima.
Surgem ainda duas grandes corujas e olhos que simbolizam o Conhecimento, a Sabedoria e a Razão com uma ligação directa ao local. Em 1990, aprovado um novo Plano de Expansão da Rede, que se desenvolveria até 1999, de novo se avançou com a renovação de novas estações. São excelentes exemplos a estação do Campo Pequeno, a cargo do escultor Francisco Simões, que a integrou também na linha histórica do local, e também a estação do Martim Moniz que evoca outras memórias,
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que foram incrustadas nas paredes recordando tempos bem mais antigos da conquista da cidade de Lisboa.
Gracinda Candeias fez uma caracterização multicultural enquanto José João de Brito trabalhou o tema da conquista de Lisboa realçando o episódio de Martim Moniz. Podemos dizer, com algum orgulho, que Lisboa possui um Metropolitano muito bonito e moderno, em que é agradável viajar e onde foram minimizados os receios e algum possível desconforto de espaços subterrâneos.
Fundada em 1872, a Carris tem vindo a actualizar-se permitindo viagens cada vez mais confortáveis ligando todos os pontos da cidade. Todos os que precisam de se deslocar em Lisboa sentirão necessidade de recorrer a um autocarro, a um eléctrico ou mesmo a um elevador da Carris. A história desta empresa está intimamente ligada ao aparecimento dos primeiros eléctricos em Portugal. Com efeito, a 17 de Novembro de 1873 foi inaugurada a primeira linha de «americanos» entre a actual Estação de Santa Apolónia e a zona de Santos. Em 31 de Agosto de 1901 teve início o serviço de Carros Eléctricos. Nos anos seguintes foi electrificada a rede existente, apareceram mais carreiras, aumentou o número de carros, o primeiro importado dos Estados Unidos, mas que depois de 1924 passam a ser construídos nas oficinas da Empresa. Em 1940, a Carris comprou seis autocarros para reforçar o transporte de visitantes para a para a Exposição do Mundo Português, que se realizaria nesse mesmo ano em Belém. Como consequência, em 1944, foi inaugurado oficialmente um serviço de autocarros. Com os anos, o número de autocarros superou o dos carros eléctricos. Estes ficaram limitados a toda a área mais central e antiga da cidade conferindo um ambiente muito genuíno a todos os bairros por onde passavam. Entretanto os autocarros, mais fáceis de se expandir, acompanhavam o desenvolvimento urbano atingindo facilmente novos bairros populacionais.
Gradualmente os eléctricos foram ficando reduzidos a áreas cada vez mais restritas. Hoje, são muito poucas as linhas existentes e, por serem as que restam de um passado recente, têm uma marca saudosista e atraente para o turismo. 11
12
No entanto, um novo dinamismo parece estar em curso tanto em eléctricos como em autocarros. De facto, assiste-se à renovação da frota com novos eléctricos, por causa das suas características ecológicas; há já uma nova geração de carros eléctricos, mais confortáveis e mais rápidos, em áreas específicas da cidade. E também os novos autocarros, bem equipados e confortáveis, facilitam a deslocação em Lisboa, substituindo, com vantagem, os transportes particulares.