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Saiu no Jornal, Mais sobre eleições

Eu até queria mudar de assunto, mas as capas das duas principais revistas brasileiras nessa semana, a IstoÉ e a Veja, mostram a eleição do Obama. É incrível a comoção mundial em torno desse evento. Mesmo para quem tenta manter uma posição mais realista, acho que foi difícil não sucumbir à emoção da grandeza desse momento histórico. Uma comoção similar aconteceu na eleição do atual presidente brasileiro, seis anos atrás. Lula é um ex-operário pobre, foi preso pela ditatura por fazer greves, e disputava a terceira eleição. Era também acusado de inexperiência administrativa e de ser uma "incógnita" e, pior ainda, um "perigo comunista". Eu estava na casa de amigos no dia da posse, as pessoas assistiam pela televisão, algumas chorando. Eu, conversando como os meus botões tinha certeza que aquelas mesmas pessoas iam "cair de pau" em cima dele poucos meses depois, mas reconhecia que a coisa toda era bem emocionante. Eu espero que o Obama seja tão ou mais bem sucedido que o Lula foi em gerenciar toda essa expectativa em torno do nome dele. Nos primeiros anos por aqui foi um festival de intelectuais rompendo publicamente com o Lula, chamando-o de traidor da "causa", mas hoje ele tem um índice de popularidade altíssimo. Claro que não entre os intelectuais, mas entre a população mais pobre, que realmente tem sido a grande beneficiada nessa história toda. Pessoalmente, tenho minhas críticas, mas acho que as coisas estão melhores hoje que há alguns anos atrás. É difícil saber o quanto disso é sorte, o quanto é competência e o quanto é conjuntura internacional mesmo. Acho que um pouco de tudo isso.

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Eu até queria mudar de assunto, mas as capas das duas principais revistas brasileiras nessa semana, a IstoÉ e a Veja, mostram a eleição do Obama. É incrível a comoção mundial em torno desse evento. Mesmo para quem tenta manter uma posição mais realista, acho que foi difícil não sucumbir à emoção da grandeza desse momento histórico.
Uma comoção similar aconteceu na eleição do atual presidente brasileiro, seis anos atrás. Lula é um ex-operário pobre, foi preso pela ditatura por fazer greves, e disputava a terceira eleição. Era também acusado de inexperiência administrativa e de ser uma "incógnita" e, pior ainda, um "perigo comunista".
Eu estava na casa de amigos no dia da posse, as pessoas assistiam pela televisão, algumas chorando. Eu, conversando como os meus botões tinha certeza que aquelas mesmas pessoas iam "cair de pau" em cima dele poucos meses depois, mas reconhecia que a coisa toda era bem emocionante.
Eu espero que o Obama seja tão ou mais bem sucedido que o Lula foi em gerenciar toda essa expectativa em torno do nome dele. Nos primeiros anos por aqui foi um festival de intelectuais rompendo publicamente com o Lula, chamando-o de traidor da "causa", mas hoje ele tem um índice de popularidade altíssimo. Claro que não entre os intelectuais, mas entre a população mais pobre, que realmente tem sido a grande beneficiada nessa história toda.
Pessoalmente, tenho minhas críticas, mas acho que as coisas estão melhores hoje que há alguns anos atrás. É difícil saber o quanto disso é sorte, o quanto é competência e o quanto é conjuntura internacional mesmo. Acho que um pouco de tudo isso.