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Revolução para a Amazônia, Bertha Becker - Parte 2

A senhora diz que o ambientalismo preservacionista, hoje, já não consegue atender às demandas por desenvolvimento dos atores sociais da região. Como o governo federal poderia conciliar uma política de desenvolvimento e, ao mesmo tempo, evitar a degradação do patrimônio natural? É preciso superar a falsa dicotomia entre desenvolvimentismo e ambientalismo. O desenvolvimentismo, cujo auge ocorreu durante o Programa de Integração Nacional (PIN), entre 1970 e 1985, provocou intensos conflitos sociais e ambientais na região. A percepção da crise ambiental no planeta gerou forte pressão internacional e nacional contra essa política. A preocupação social com a conservação da natureza e o temor econômico de que a natureza se torne um recurso escasso convergiram para um modelo ambientalista. Ora, os processos sociais são bem mais complexos do que faz supor tamanha polarização. O desenvolvimentismo não exige a destruição da natureza e a conservação do meio ambiente não requer sua preservação total, imobilizando o crescimento econômico. O que ocorreu na Amazônia é que o ambientalismo excessivamente preservacionista da década de 1990 esgotou-se como modelo para a região por uma dupla razão: primeiro, porque não conseguiu barrar a expansão da agropecuária capitalizada; segundo, porque a conscientização crescente da população amazônica, que demanda melhores condições de vida, resultou na criação de mercado de trabalho e renda e, portanto, no uso do seu patrimônio natural. Por essas razões, o desafio para o desenvolvimento da Amazônia é conceber e implementar um modelo que utilize o patrimônio natural sem destruí-lo, atribuindo valor econômico à floresta, de forma que ela possa competir com as commodities . A ciência, a tecnologia e a inovação são fundamentais para implementação desse novo modelo, contribuindo para organizar a base produtiva regional e gerar riqueza e trabalho. Não se trata de ‘tecnologismo', mas de geração e uso do conhecimento de múltiplas disciplinas.

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A senhora diz que o ambientalismo preservacionista, hoje, já não consegue atender às demandas por desenvolvimento dos atores sociais da região. Como o governo federal poderia conciliar uma política de desenvolvimento e, ao mesmo tempo, evitar a degradação do patrimônio natural?
É preciso superar a falsa dicotomia entre desenvolvimentismo e ambientalismo. O desenvolvimentismo, cujo auge ocorreu durante o Programa de Integração Nacional (PIN), entre 1970 e 1985, provocou intensos conflitos sociais e ambientais na região. A percepção da crise ambiental no planeta gerou forte pressão internacional e nacional contra essa política. A preocupação social com a conservação da natureza e o temor econômico de que a natureza se torne um recurso escasso convergiram para um modelo ambientalista. Ora, os processos sociais são bem mais complexos do que faz supor tamanha polarização. O desenvolvimentismo não exige a destruição da natureza e a conservação do meio ambiente não requer sua preservação total, imobilizando o crescimento econômico. O que ocorreu na Amazônia é que o ambientalismo excessivamente preservacionista da década de 1990 esgotou-se como modelo para a região por uma dupla razão: primeiro, porque não conseguiu barrar a expansão da agropecuária capitalizada; segundo, porque a conscientização crescente da população amazônica, que demanda melhores condições de vida, resultou na criação de mercado de trabalho e renda e, portanto, no uso do seu patrimônio natural. Por essas razões, o desafio para o desenvolvimento da Amazônia é conceber e implementar um modelo que utilize o patrimônio natural sem destruí-lo, atribuindo valor econômico à floresta, de forma que ela possa competir com as commodities . A ciência, a tecnologia e a inovação são fundamentais para implementação desse novo modelo, contribuindo para organizar a base produtiva regional e gerar riqueza e trabalho. Não se trata de ‘tecnologismo', mas de geração e uso do conhecimento de múltiplas disciplinas.