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Podcast da Ana, Episódio 002 - Aniversário da Ciência Hoje

Episódio 002 - Aniversário da Ciência Hoje

Olá a todos, meu nome é Ana Paula e esse é o segundo episódio do meu podcast voltado para estudantes de Português do LingQ.

Hoje eu vou fazer uma coisa muito diferente do que eu fiz no primeiro episódio, eu vou ler para vocês um artigo do Jornal da Ciência que é uma publicação diária da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência que eu recebo por email, e que me autorizou, esses dias, a usar os artigos deles, a ler os artigos deles para vocês, desde que eu citasse a fonte. Então eu vou fazer isso, eu vou ler um artigo do dia 08 de novembro de 2007 chamado "Ciência Hoje: 25 anos de sucesso". Esse artigo fala do aniversário de uma revista de divulgação científica bastante famosa no Brasil.

Então vamos lá. Esse artigo é de Alicia Ivanissevich, que é editora executiva da Ciência Hoje, e enviou esse artigo para o Jornal da Ciência.

Há 25 anos começava uma história de sucesso: surgia no mercado editorial brasileiro uma revista que tinha como missão principal encurtar a distância que separava a comunidade científica e a sociedade.

O desafio parecia, a princípio, insuperável: para falar à população sobre ciência seria necessário abandonar a linguagem hermética dos artigos científicos – carregada de jargão, termos técnicos e fórmulas – por textos de maior simplicidade e clareza, bem ilustrados e de fácil compreensão.

Tudo isso sem perder o rigor científico e buscando dar visibilidade às pesquisas desenvolvidas no país. A esse desafio somava-se o fato de não existir no Brasil tradição na arte de divulgar ciência.

Em um clima que misturava surpresa, reserva, admiração e euforia, foi lançado em Campinas, durante a 34a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o número 1 de Ciência Hoje – a primeira revista de divulgação científica do país.

O objetivo de seus fundadores – todos eles cientistas trabalhando em diferentes áreas do conhecimento – estava explícito no primeiro editorial: estabelecer um canal de comunicação entre os pesquisadores científicos e o grande público; e promover o debate político em torno de questões como cidadania, educação e participação universitária, possibilitando, assim, a democratização da ciência.

A recepção do público foi das melhores: a primeira edição de 15 mil exemplares esgotou-se em poucas semanas, e foi preciso partir para uma segunda tiragem de 10 mil. Apesar do entusiasmo visível, o lançamento, em julho de 1982, não ocorreu sem polêmica, sobretudo pelos temas tratados na revista.

O país, sob o governo do general João Baptista Figueiredo, vivia momentos tensos. Atos terroristas tentavam comprometer a continuidade do processo de abertura política iniciada no governo anterior, do também general Ernesto Geisel. As eleições diretas ainda demorariam a chegar – só aconteceriam sete anos depois.

Existiam ainda problemas de outra ordem. Os editores só tinham verba para mais um número. Grande parte de seus esforços era dirigido à captação de recursos.

E havia questões editoriais preocupantes: teria a comunidade científica condições de manter uma produção regular de artigos de divulgação? Seria possível repetir o sucesso do primeiro número?

O tempo mostrou que sim. Mas, na época, não se podia imaginar que, no contexto de dificuldades econômicas e incertezas políticas em que foi lançada, Ciência Hoje fosse manter sua periodicidade, sua linha editorial e seu espírito inovador, apresentando temas polêmicos e propondo reflexões sobre a atividade científica desenvolvida no país de forma pioneira.

Assuntos importantes que exigiam debate na sociedade foram contemplados em edições especiais, como aquelas sobre a Amazônia (no 10), o Nordeste (no 18), a violência no país (no 28), os acidentes em Chernobyl (no 32) e Goiânia (no 40), os 100 anos da república (no 59), o problema da fome (no 100), das drogas (no 181), dos transgênicos (no 203), os desafios da ciência de fronteira (no 206), entre tantos outros; além de artigos publicados em primeira-mão, como o manuscrito de Einstein – uma comunicação feita por ele à Academia Brasileira de Ciências – encontrado no Brasil (no 124).

Com poucos anos de experiência, o time de Ciência Hoje não parou. E decidiu crescer, criando novos projetos de divulgação científica, para abraçar um público ainda maior.

Nasceram assim o informativo semanal (o atual quinzenário Jornal da Ciência), uma revista dedicada ao público infantil (Ciência Hoje das Crianças), uma página na internet com noticiário científico diário (http://www.cienciahoje.org.br), uma coleção de livros paradidáticos para o ensino fundamental (Ciência Hoje na Escola, com 14 volumes temáticos), um guia com dicas para aqueles que querem escrever sobre ciência (Pequeno manual de divulgação científica, já em sua 3ª edição) e livros de divulgação científica, como Crônicas de sucesso (2002) e Física Hoje (2007).

Os frutos vão além dessa extensa série de produtos. Grande parte da comunidade científica aprendeu com Ciência Hoje a escrever para um leitor não especializado, e outros tantos profissionais de comunicação conheceram uma nova forma de contar histórias sobre ciência – com qualidade e precisão.

Nestes 25 anos, mais de 2.300 cientistas de todo o Brasil, além de dezenas de outros trabalhando no exterior, escreveram artigos para Ciência Hoje. Cerca de 1.200 pesquisadores foram consultados para avaliar os textos de seus pares.

Mais de 100 jornalistas e estudantes de comunicação passaram pela nossa redação ou colaboraram com a revista. Ciência Hoje tornou-se, portanto, um verdadeiro laboratório de idéias e realizações, um marco na história da divulgação científica do país.

Hoje, 242 números depois – sem interrupção –, o compromisso de levar à sociedade as pesquisas científicas e tecnológicas realizadas por pesquisadores brasileiros se mantém vivo. Renova-se também, a cada edição, a promessa de estimular o senso crítico e aproximar a Universidade da população, permitindo que a comunidade científica transforme o saber que detém em domínio público.

É essa socialização do conhecimento imaginada anos antes de nascer o primeiro número da revista e a consolidação do compromisso de levar informação de qualidade à população que fazem de Ciência Hoje, em seu 25º aniversário, ser aplaudida como uma revista de sucesso.

Eu queria me despedir agradecendo ao pessoal do Jornal da Ciência por ter me permitido utilizar o material deles, e até mais pessoal.

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Episódio 002 - Aniversário da Ciência Hoje Episode 002 - Science Anniversary Today

Olá a todos, meu nome é Ana Paula e esse é o segundo episódio do meu podcast voltado para estudantes de Português do LingQ.

Hoje eu vou fazer uma coisa muito diferente do que eu fiz no primeiro episódio, eu vou ler para vocês um artigo do Jornal da Ciência que é uma publicação diária da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência que eu recebo por email, e que me autorizou, esses dias, a usar os artigos deles, a ler os artigos deles para vocês, desde que eu citasse a fonte. Então eu vou fazer isso, eu vou ler um artigo do dia 08 de novembro de 2007 chamado "Ciência Hoje: 25 anos de sucesso". Esse artigo fala do aniversário de uma revista de divulgação científica bastante famosa no Brasil.

Então vamos lá. Esse artigo é de Alicia Ivanissevich, que é editora executiva da Ciência Hoje, e enviou esse artigo para o Jornal da Ciência.

Há 25 anos começava uma história de sucesso: surgia no mercado editorial brasileiro uma revista que tinha como missão principal encurtar a distância que separava a comunidade científica e a sociedade.

O desafio parecia, a princípio, insuperável: para falar à população sobre ciência seria necessário abandonar a linguagem hermética dos artigos científicos – carregada de jargão, termos técnicos e fórmulas – por textos de maior simplicidade e clareza, bem ilustrados e de fácil compreensão.

Tudo isso sem perder o rigor científico e buscando dar visibilidade às pesquisas desenvolvidas no país. A esse desafio somava-se o fato de não existir no Brasil tradição na arte de divulgar ciência.

Em um clima que misturava surpresa, reserva, admiração e euforia, foi lançado em Campinas, durante a 34a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o número 1 de Ciência Hoje – a primeira revista de divulgação científica do país.

O objetivo de seus fundadores – todos eles cientistas trabalhando em diferentes áreas do conhecimento – estava explícito no primeiro editorial: estabelecer um canal de comunicação entre os pesquisadores científicos e o grande público; e promover o debate político em torno de questões como cidadania, educação e participação universitária, possibilitando, assim, a democratização da ciência.

A recepção do público foi das melhores: a primeira edição de 15 mil exemplares esgotou-se em poucas semanas, e foi preciso partir para uma segunda tiragem de 10 mil. Apesar do entusiasmo visível, o lançamento, em julho de 1982, não ocorreu sem polêmica, sobretudo pelos temas tratados na revista.

O país, sob o governo do general João Baptista Figueiredo, vivia momentos tensos. Atos terroristas tentavam comprometer a continuidade do processo de abertura política iniciada no governo anterior, do também general Ernesto Geisel. As eleições diretas ainda demorariam a chegar – só aconteceriam sete anos depois.

Existiam ainda problemas de outra ordem. Os editores só tinham verba para mais um número. Grande parte de seus esforços era dirigido à captação de recursos.

E havia questões editoriais preocupantes: teria a comunidade científica condições de manter uma produção regular de artigos de divulgação? Seria possível repetir o sucesso do primeiro número?

O tempo mostrou que sim. Mas, na época, não se podia imaginar que, no contexto de dificuldades econômicas e incertezas políticas em que foi lançada, Ciência Hoje fosse manter sua periodicidade, sua linha editorial e seu espírito inovador, apresentando temas polêmicos e propondo reflexões sobre a atividade científica desenvolvida no país de forma pioneira.

Assuntos importantes que exigiam debate na sociedade foram contemplados em edições especiais, como aquelas sobre a Amazônia (no 10), o Nordeste (no 18), a violência no país (no 28), os acidentes em Chernobyl (no 32) e Goiânia (no 40), os 100 anos da república (no 59), o problema da fome (no 100), das drogas (no 181), dos transgênicos (no 203), os desafios da ciência de fronteira (no 206), entre tantos outros; além de artigos publicados em primeira-mão, como o manuscrito de Einstein – uma comunicação feita por ele à Academia Brasileira de Ciências – encontrado no Brasil (no 124).

Com poucos anos de experiência, o time de Ciência Hoje não parou. E decidiu crescer, criando novos projetos de divulgação científica, para abraçar um público ainda maior.

Nasceram assim o informativo semanal (o atual quinzenário Jornal da Ciência), uma revista dedicada ao público infantil (Ciência Hoje das Crianças), uma página na internet com noticiário científico diário (http://www.cienciahoje.org.br), uma coleção de livros paradidáticos para o ensino fundamental (Ciência Hoje na Escola, com 14 volumes temáticos), um guia com dicas para aqueles que querem escrever sobre ciência (Pequeno manual de divulgação científica, já em sua 3ª edição) e livros de divulgação científica, como Crônicas de sucesso (2002) e Física Hoje (2007).

Os frutos vão além dessa extensa série de produtos. Grande parte da comunidade científica aprendeu com Ciência Hoje a escrever para um leitor não especializado, e outros tantos profissionais de comunicação conheceram uma nova forma de contar histórias sobre ciência – com qualidade e precisão.

Nestes 25 anos, mais de 2.300 cientistas de todo o Brasil, além de dezenas de outros trabalhando no exterior, escreveram artigos para Ciência Hoje. Cerca de 1.200 pesquisadores foram consultados para avaliar os textos de seus pares.

Mais de 100 jornalistas e estudantes de comunicação passaram pela nossa redação ou colaboraram com a revista. Ciência Hoje tornou-se, portanto, um verdadeiro laboratório de idéias e realizações, um marco na história da divulgação científica do país.

Hoje, 242 números depois – sem interrupção –, o compromisso de levar à sociedade as pesquisas científicas e tecnológicas realizadas por pesquisadores brasileiros se mantém vivo. Renova-se também, a cada edição, a promessa de estimular o senso crítico e aproximar a Universidade da população, permitindo que a comunidade científica transforme o saber que detém em domínio público.

É essa socialização do conhecimento imaginada anos antes de nascer o primeiro número da revista e a consolidação do compromisso de levar informação de qualidade à população que fazem de Ciência Hoje, em seu 25º aniversário, ser aplaudida como uma revista de sucesso.

Eu queria me despedir agradecendo ao pessoal do Jornal da Ciência por ter me permitido utilizar o material deles, e até mais pessoal.