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RTP Falamos Português, Falamos Português PROGRAMA 3.1,

Belém é paragem obrigatória para quem passa por Lisboa. Com situação privilegiada junto ao rio Tejo, na parte ocidental da cidade, é um local de memórias que evoca momentos da história nacional ligada à época dos Descobrimentos e possui, por isso, um encanto especial. Podemos chegar de autocarro, ou de eléctrico, mas encontramos sempre um ambiente aberto que surpreende pela grandiosidade do espaço e pela diversidade de monumentos que envolvem a grande Praça do Império. É, de facto, um espaço de contrastes arquitectónicos [onde monumentos do séc. XV se confrontam com outros de estilos arquitectónicos muito diversos construídos mais recentemente e se misturam com jardins, museus e parques.] Entre o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, construídos para recordar lugares e celebrar uma época de expansão marítima, surge, ao longo do séc. XX, um Padrão dos Descobrimentos, construído em 1960, e um moderno Centro Cultural, que data do início dos anos 90. É um desafio planear um passeio por Belém porque a quantidade de locais a visitar é grande e diversificada. É preciso descobrir e sentir outros tempos mas, por isso mesmo, este ambiente vai fascinar a Ana e o João.

(transcrição não é exacta para Ana e João) Ana "Este passeio de autocarro foi muito agradável. O percurso é bonito... Sente-se a ligação entre a cidade e o rio." João "É, não é? Também acho. De um lado, os restaurantes nas docas, os cais, os as esplanadas, espaços verdes, ... e o rio, claro!" Ana "E do outro lado surge a cidade! Ainda reparei nalguns edifícios grandes. Se calhar são edifícios importantes, mas eu não sei o que são." João "Eu não consegui tirar os olhos do rio! Aquele longo passeio relvado parecia estar a convidar-me para ir andar a pé, ir por ali fora, junto à água." Ana "Bom remédio! Podemos passar por lá na volta, no regresso para o hotel. Fazemos o percurso a pé." João "Pois sim! Tu és capaz de aguentar porque estás habituada a andar a pé, mas eu…" Ana "Deixa-te de coisas! Andar a pé faz bem. Ainda por cima é tudo plano. É mais fácil!" João "De facto, também é uma forma de vermos a Ponte 25 de Abril assim, em toda a sua extensão. Há bocado, quando por lá passámos, reparei naquelas estruturas todas e impressiona, mesmo só vista de baixo, não achas?" Ana "É verdade. A propósito de ponte, gostava tanto de atravessar o rio para ver Lisboa da outra margem. Deve ser giro, sobretudo do alto do Cristo-Rei." João "Ai por favor!!!. Hoje não! Tem pena de mim." Ana "Claro que não! Para hoje já temos programa mais do que suficiente. Mas amanhã, ou depois, podíamos ir de comboio, não? Ou de barco. Atravessar o rio num daqueles Cacilheiros também deve ser muito giro." João "Agora que falas em barcos, esqueci-me de te dizer que há barcos que fazem cruzeiros no Tejo, sabias?" Ana "Não. Como é que soubeste?" João "Foi há um ou dois dias. Li num folheto turístico, lá no hotel. Há uns mais longos, outros mais curtos. Mas todos passam por baixo da Ponte 25 de Abril." Ana "É uma boa ideia para um destes próximos dias." João "Por mim, tudo bem. Se quiseres, até podemos ir “à descoberta dos mares sem fim”!" Ana "Com certeza! Até estamos em Belém, no sítio certo! Bom! Para já, onde é que ...... eu estou agora, exactamente?" João "Em frente ao Palácio de Belém, a residência oficial do Presidente da República. Não estás a ver a guarda?" Ana "Hum! Se aqui é o Palácio, então a Praça do Império é daquele lado, à esquerda. Olha! Já estou a ver o Mosteiro dos Jerónimos." João "Ah! Exactamente. Vamos embora." Ana "Espera aí! Que engraçado! Lê o que está escrito no chão, na calçada: Pastéis de Belém, 1837." João "Pastéis de Belém? Já ouvi falar nisso. São aqueles que se comem ainda quentinhos, com canela e açúcar em pó. Não olhes para mim com essa cara. Eu só estou a reproduzir o que vem nos guias. Nunca comi nenhum." Ana "Quero provar... Será que nos dão a receita? Ouvi dizer que é segredo." João "Agora não precisas de receita: é mesmo só comer. Vamos lá ao ataque dos pastéis de Belém!" Ana "És tão guloso! Acho que consegues ser mais guloso do que eu." João "Esta Praça é mesmo muito bonita!" Ana "Aqui estamos sempre a pensar nos Descobrimentos." João "E não é só isso. Impressiona-me olhar à volta e ver, quase lado a lado, estes monumentos de épocas tão diferentes, com características tão diferentes e tão bem enquadrados." Ana "É verdade! O Mosteiro dos Jerónimos é do século XVI. Repara neste rendilhado da pedra. A minha mãe fala muitas vezes da Torre de Belém. Lá também vamos encontrar a Cruz de Cristo e outros motivos do gótico manuelino com representações da natureza e pormenores ligados ao mar." João "Pois é. E agora olha para ali, aquele edifício muito mais moderno. Tem ar de construção militar. De repente, parece uma fortaleza." Ana "Só estou a vê-lo de longe mas parece um contraste muito bem conseguido. Sabes o que te digo? Não saio daqui sem ver tudo ou quase tudo!" João "Bom! Estamos agora a começar." Ana "Começamos pelo Mosteiro dos Jerónimos. Aqui temos a Igreja de Santa Maria de Belém e os claustros para ver." João "Agora, podemos ir ao Centro Cultural de Belém. A seguir, passamos para o outro lado da linha do comboio, pela passagem subterrânea, vemos o Padrão dos Descobrimentos, a Rosa dos Ventos e vamos até à Torre de Belém. Concordas?" Ana "Hum... não sei! Acho que, depois do Mosteiro, preferia ir ver primeiro o Padrão e a Torre e guardar o CCB para o fim." João: - Posso saber porquê? Ana "Por várias razões. Vamos andar imenso a pé. Quero ver o Padrão, a Rosa dos Ventos e, sobretudo, a Torre, em pormenor. No regresso, vai saber muito bem descansar na esplanada do CCB, virada para o rio. João "Está bem. Pode ser. Ficamos um pouco mais no CCB para saber que exposições e espectáculos é que há em cartaz." Ana " Ai... que bom!! Que bem que se está aqui! Sabes? Por mim, ficava aqui o resto do dia, até ao anoitecer." João "Que pena! Agora que eu estava a pensar em voltar a pé para o hotel... por aquele passeio relvado junto ao rio, lembras-te? Ana "O quê?" (A transcrição para este homem está correta.)

Hoje, a Ana e o João foram conhecer Belém. Envolvidos pela presença histórica do local, eles conversam sobre o que vêem à sua volta. Nos comentários que fazem ouvimo-los algumas vezes utilizar estruturas linguísticas que merecem atenção. São elas as construções estar a + infinitivo, algumas expressões adverbiais de duração formadas com o verbo haver e a expressão de vontade.

(1. O PROGRESSIVO- ESTAR A + INFINITIVO) Existem na língua portuguesa mecanismos que conferem uma perspectiva dinâmica ao processo de transformação de um determinado tipo de situação em outro. Por exemplo, tomemos uma frase como: Eles comem pastéis de Belém Faremos, naturalmente, uma interpretação de carácter mais geral, considerando esta frase como um acto habitual. Nesta acepção, a forma verbal “comem”, no presente do indicativo, remete para um hábito, significando que eles têm por costume comer pastéis de Belém com alguma regularidade. Tal acontece num número ilimitado de vezes e ao longo de um período de tempo não delimitado, mas que inclui o tempo em que se fala. Agora, analisemos a frase: Eles estão a comer pastéis de Belém. Esta frase apresenta uma perspectiva dinâmica. Produz uma transformação da anterior, Eles comem pastéis de Belém, conferindo-lhe a característica de estar a decorrer. Estamos perante a construção estar a + infinitivo, uma das mais frequentes em português. É uma construção que expressa uma progressão do que está a acontecer no momento em que se fala.

Vamos rever e ouvir os exemplos do diálogo: João "Em frente ao Palácio de Belém, a residência oficial do Presidente da República. Não estás a ver a guarda?" Ana "Hum! Se aqui é o Palácio, então a Praça do Império é daquele lado, à esquerda. Olha! Já estou a ver o Mosteiro dos Jerónimos." Ana "Aqui estamos sempre a pensar nos Descobrimentos." Ana "Só estou a vê-lo de longe mas parece um contraste muito bem conseguido." João "Que pena! Agora que eu estava a pensar em voltar a pé para o hotel." A construção em análise é formada pelo verbo estar, pela preposição a e por um infinitivo verbal, como se pode ver nos exemplos:.

(PROGRESSIVO: Estar a + infinitivo) Não estás a ver a guarda? Já estou a ver o Mosteiro dos Jerónimos. Aqui estamos sempre a pensar nos Descobrimentos.

Só estou a vê-lo de longe... Agora que eu estava a pensar em voltar a pé... Trata-se, de facto, de formas de presente progressivo, que remetem para uma acção que decorre no momento em que é referida. Tal acção caracteriza-se também por ter uma duração no tempo e por não estar completa ou por não ter chegado ao fim. Esta construção admite, naturalmente, a inclusão de advérbios e de locuções adverbiais no seu interior, ou seja, entre estar e a preposição a. É o que o acontece, por exemplo, em: Aqui estamos sempre a pensar… Vemos que o advérbio sempre aparece entre o verbo e a preposição. O mesmo acontece se o substituirmos por uma locução adverbial, como, por exemplo: Estamos neste preciso momento a pensar É interessante observar que em algumas regiões do sul de Portugal e no Brasil, este infinitivo é normalmente substituído pelo gerúndio, com a omissão da preposição Estou vendo o Mosteiro dos Jerónimos. Aqui estamos sempre pensando nos Descobrimentos.

Surgem assim construções com estar + gerúndio do verbo principal, como em: estou vendo, estava pensando.

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Belém é paragem obrigatória para quem passa por Lisboa. Com situação
privilegiada junto ao rio Tejo, na parte ocidental da cidade, é um local de memórias
que evoca momentos da história nacional ligada à época dos Descobrimentos e possui,
por isso, um encanto especial. Podemos chegar de autocarro, ou de eléctrico, mas
encontramos sempre um ambiente aberto que surpreende pela grandiosidade do
espaço e pela diversidade de monumentos que envolvem a grande Praça do Império.
É, de facto, um espaço de contrastes arquitectónicos [onde monumentos do séc. XV se
confrontam com outros de estilos arquitectónicos muito diversos construídos mais
recentemente e se misturam com jardins, museus e parques.] Entre o Mosteiro dos
Jerónimos e a Torre de Belém, construídos para recordar lugares e celebrar uma
época de expansão marítima, surge, ao longo do séc. XX, um Padrão dos
Descobrimentos, construído em 1960, e um moderno Centro Cultural, que data do
início dos anos 90.
É um desafio planear um passeio por Belém porque a quantidade de locais a
visitar é grande e diversificada. É preciso descobrir e sentir outros tempos mas, por
isso mesmo, este ambiente vai fascinar a Ana e o João.


(transcrição não é exacta para Ana e João)

Ana "Este passeio de autocarro foi muito agradável. O percurso é bonito... Sente-se
a ligação entre a cidade e o rio."
João "É, não é? Também acho. De um lado, os restaurantes nas docas, os cais, os
as esplanadas, espaços verdes, ... e o rio, claro!"

Ana "E do outro lado surge a cidade! Ainda reparei nalguns edifícios grandes. Se
calhar são edifícios importantes, mas eu não sei o que são."
João "Eu não consegui tirar os olhos do rio! Aquele longo passeio relvado parecia
estar a convidar-me para ir andar a pé, ir por ali fora, junto à água."
Ana "Bom remédio! Podemos passar por lá na volta, no regresso para o hotel.
Fazemos o percurso a pé."
João "Pois sim! Tu és capaz de aguentar porque estás habituada a andar a pé, mas
eu…"
Ana "Deixa-te de coisas! Andar a pé faz bem. Ainda por cima é tudo plano. É mais
fácil!"
João "De facto, também é uma forma de vermos a Ponte 25 de Abril assim, em toda
a sua extensão. Há bocado, quando por lá passámos, reparei naquelas estruturas
todas e impressiona, mesmo só vista de baixo, não achas?"
Ana "É verdade. A propósito de ponte, gostava tanto de atravessar o rio para ver
Lisboa da outra margem. Deve ser giro, sobretudo do alto do Cristo-Rei."
João "Ai por favor!!!. Hoje não! Tem pena de mim."
Ana "Claro que não! Para hoje já temos programa mais do que suficiente. Mas
amanhã, ou depois, podíamos ir de comboio, não? Ou de barco. Atravessar o rio num
daqueles Cacilheiros também deve ser muito giro."
João "Agora que falas em barcos, esqueci-me de te dizer que há barcos que fazem
cruzeiros no Tejo, sabias?"
Ana "Não. Como é que soubeste?"
João "Foi há um ou dois dias. Li num folheto turístico, lá no hotel. Há uns mais
longos, outros mais curtos. Mas todos passam por baixo da Ponte 25 de Abril."
Ana "É uma boa ideia para um destes próximos dias."
João "Por mim, tudo bem. Se quiseres, até podemos ir “à descoberta dos mares sem
fim”!"
Ana "Com certeza! Até estamos em Belém, no sítio certo! Bom! Para já, onde é que
...... eu estou agora, exactamente?"
João "Em frente ao Palácio de Belém, a residência oficial do Presidente da
República. Não estás a ver a guarda?"
Ana "Hum! Se aqui é o Palácio, então a Praça do Império é daquele lado, à esquerda.
Olha! Já estou a ver o Mosteiro dos Jerónimos."
João "Ah! Exactamente. Vamos embora."

Ana "Espera aí! Que engraçado! Lê o que está escrito no chão, na calçada:
Pastéis de Belém, 1837."
João "Pastéis de Belém? Já ouvi falar nisso. São aqueles que se comem ainda
quentinhos, com canela e açúcar em pó. Não olhes para mim com essa cara. Eu só
estou a reproduzir o que vem nos guias. Nunca comi nenhum."
Ana "Quero provar... Será que nos dão a receita? Ouvi dizer que é segredo."
João "Agora não precisas de receita: é mesmo só comer. Vamos lá ao ataque dos
pastéis de Belém!"
Ana "És tão guloso! Acho que consegues ser mais guloso do que eu."
João "Esta Praça é mesmo muito bonita!"
Ana "Aqui estamos sempre a pensar nos Descobrimentos."
João "E não é só isso. Impressiona-me olhar à volta e ver, quase lado a lado, estes
monumentos de épocas tão diferentes, com características tão diferentes e tão bem
enquadrados."
Ana "É verdade! O Mosteiro dos Jerónimos é do século XVI. Repara neste
rendilhado da pedra. A minha mãe fala muitas vezes da Torre de Belém. Lá também
vamos encontrar a Cruz de Cristo e outros motivos do gótico manuelino com
representações da natureza e pormenores ligados ao mar."
João "Pois é. E agora olha para ali, aquele edifício muito mais moderno. Tem ar de
construção militar. De repente, parece uma fortaleza."
Ana "Só estou a vê-lo de longe mas parece um contraste muito bem conseguido.
Sabes o que te digo? Não saio daqui sem ver tudo ou quase tudo!"
João "Bom! Estamos agora a começar."
Ana "Começamos pelo Mosteiro dos Jerónimos. Aqui temos a Igreja de Santa Maria
de Belém e os claustros para ver."
João "Agora, podemos ir ao Centro Cultural de Belém. A seguir, passamos para o
outro lado da linha do comboio, pela passagem subterrânea, vemos o Padrão dos
Descobrimentos, a Rosa dos Ventos e vamos até à Torre de Belém. Concordas?"
Ana "Hum... não sei! Acho que, depois do Mosteiro, preferia ir ver primeiro o Padrão
e a Torre e guardar o CCB para o fim."
João: - Posso saber porquê?
Ana "Por várias razões. Vamos andar imenso a pé. Quero ver o Padrão, a Rosa dos
Ventos e, sobretudo, a Torre, em pormenor. No regresso, vai saber muito bem
descansar na esplanada do CCB, virada para o rio.
João "Está bem. Pode ser. Ficamos um pouco mais no CCB para saber que
exposições e espectáculos é que há em cartaz."

Ana " Ai... que bom!! Que bem que se está aqui! Sabes? Por mim, ficava aqui o resto
do dia, até ao anoitecer."
João "Que pena! Agora que eu estava a pensar em voltar a pé para o hotel... por
aquele passeio relvado junto ao rio, lembras-te?
Ana "O quê?"


(A transcrição para este homem está correta.)

Hoje, a Ana e o João foram conhecer Belém. Envolvidos pela presença histórica do
local, eles conversam sobre o que vêem à sua volta. Nos comentários que fazem
ouvimo-los algumas vezes utilizar estruturas linguísticas que merecem atenção. São
elas as construções estar a + infinitivo, algumas expressões adverbiais de
duração formadas com o verbo haver e a expressão de vontade.

(1. O PROGRESSIVO- ESTAR A + INFINITIVO)
Existem na língua portuguesa mecanismos que conferem uma perspectiva
dinâmica ao processo de transformação de um determinado tipo de situação em outro.
Por exemplo, tomemos uma frase como:

Eles comem pastéis de Belém

Faremos, naturalmente, uma interpretação de carácter mais geral,
considerando esta frase como um acto habitual. Nesta acepção, a forma verbal
“comem”, no presente do indicativo, remete para um hábito, significando que eles têm
por costume comer pastéis de Belém com alguma regularidade. Tal acontece num
número ilimitado de vezes e ao longo de um período de tempo não delimitado, mas
que inclui o tempo em que se fala.
Agora, analisemos a frase:

Eles estão a comer pastéis de Belém.

Esta frase apresenta uma perspectiva dinâmica. Produz uma transformação da
anterior, Eles comem pastéis de Belém, conferindo-lhe a característica de estar a
decorrer. Estamos perante a construção estar a + infinitivo, uma das mais frequentes
em português. É uma construção que expressa uma progressão do que está a
acontecer no momento em que se fala.

Vamos rever e ouvir os exemplos do diálogo:

João "Em frente ao Palácio de Belém, a residência oficial do Presidente da
República. Não estás a ver a guarda?"
Ana "Hum! Se aqui é o Palácio, então a Praça do Império é daquele lado, à
esquerda. Olha! Já estou a ver o Mosteiro dos Jerónimos."

Ana "Aqui estamos sempre a pensar nos Descobrimentos."

Ana "Só estou a vê-lo de longe mas parece um contraste muito bem conseguido."

João "Que pena! Agora que eu estava a pensar em voltar a pé para o hotel."

A construção em análise é formada pelo verbo estar, pela preposição a e por
um infinitivo verbal, como se pode ver nos exemplos:.

(PROGRESSIVO: Estar a + infinitivo)

Não estás a ver a guarda?
Já estou a ver o Mosteiro dos Jerónimos.
Aqui estamos sempre a pensar nos Descobrimentos.

Só estou a vê-lo de longe...
Agora que eu estava a pensar em voltar a pé...

Trata-se, de facto, de formas de presente progressivo, que remetem para uma
acção que decorre no momento em que é referida. Tal acção caracteriza-se também
por ter uma duração no tempo e por não estar completa ou por não ter chegado ao fim.
Esta construção admite, naturalmente, a inclusão de advérbios e de locuções
adverbiais no seu interior, ou seja, entre estar e a preposição a. É o que o acontece,
por exemplo, em:

Aqui estamos sempre a pensar…

Vemos que o advérbio sempre aparece entre o verbo e a preposição. O mesmo
acontece se o substituirmos por uma locução adverbial, como, por exemplo:

Estamos neste preciso momento a pensar

É interessante observar que em algumas regiões do sul de Portugal e no Brasil,
este infinitivo é normalmente substituído pelo gerúndio, com a omissão da preposição



Estou vendo o Mosteiro dos Jerónimos.

Aqui estamos sempre pensando nos Descobrimentos.

Surgem assim construções com estar + gerúndio do verbo principal, como
em: estou vendo, estava pensando.