Episódio 003 - Olavo Bilac
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas". Olá à todos, meu nome é Ana Paula e hoje é 22 de novembro de 2007. Esse podcast é direcionado aos estudantes de português do LingQ.
Essa poesia que eu acabei de ler é de Olavo Bilac. Eu sou uma leitora voraz, mas normalmente não leio poesia. Eu acho que é porque elas me parecem meio fugazes. Eu gosto de romances imensos, com histórias densas que vão me envolvendo e ficam comigo por vários dias, às vezes semanas. Mas eu achei esse soneto meio por acaso e como gostei dele resolvi aproveitá-lo para mais uma das minhas experiências para meu podcast do LingQ. Aproveitando também o ensejo, vou terminar lendo um texto baseado na wikipédia sobre o Bilac.
"Olavo Bilac foi um jornalista e poeta brasileiro membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias.
Após o término de sua educação, iniciou o curso de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, que não chegou a concluir. Tentou, então, a Faculdade de Direito de São Paulo que também não concluiu.
De volta ao Rio de Janeiro, passou a dedicar-se à literatura. Começou a trabalhar no jornal A Cidade do Rio, junto com José do Patrocínio. Neste jornal, conseguiu ser indicado correspondente em Paris no ano de 1890. De volta no ano seguinte, iniciou o romance "O esqueleto", em colaboração com Pardal Mallet, que foi publicado no jornal Gazeta de Notícias em forma de folhetins e sob o pseudônimo de Vítor Leal. É como poeta, contudo, que Bilac se imortalizou. Foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros pela revista Fon-Fon em 1907. Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, foi a maior liderança e expressão do parnasianismo no Brasil, constituindo a chamada Tríade Parnasiana. A publicação de 'Poesias', em 1888 rendeu-lhe a consagração." Com isso eu fico por aqui. Só gostaria de avisar que os dois primeiros episódios foram regravados, porque o som tinha ficado muito ruim. Até a próxima, pessoal.