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Saiu no Jornal, Pirataria de Idéias

Eu gosto muito de acompanhar as discussões sobre direitos autorais e direitos de cópia sobre material digital. No LingQ, essa questão aparece de vez em quando, quando a gente acha um material super legal para estudar e não consegue autorização para compartilhá-lo no site. Apesar dele estar disponível gratuitamente no site original, e apesar de a gente se comprometer a não fazer uso comercial e a deixar claras a fonte e a autoria, a verdade é que a grande maioria dos produtores de conteúdo mais profissionais não gosta de permitir o uso do material deles dentro do LingQ.

Eu entendo que essa questão da cópia digital é bem complicada, porque existem várias coisas envolvidas: o direito de acesso à informação é uma delas, mas também o direito de ganhar valores justos pelo trabalho de criação. Além da dificuldade imensa de controlar a cópia, que é tão simples de fazer.

Mas nessa semana me chamou a atenção uma pequena reportagem da IstoÉ sobre a febre de cópias do iPhone. A reportagem se chama: "Todos querem ser iPhone", e fala de pelo menos cinco empresas grandes que criaram cópias quase idênticas do famoso telefone da Apple. Eu particularmente acho os produtos da Apple mais caros do que seria justificável e também não gosto daquela política de DRM feroz que eles implantam nos iPods. Também não gosto dessa coisa que eles têm de ficar criando "mitos" em torno dos produtos, aquela coisa de induzir as pessoas a fazer fila de madrugada para comprar as primeiras unidades. Não acredito que esses sejam valores que se deva cultivar. Afinal de contas, em que um ser humano se torna melhor ao ser um dos primeiros 1000 indivíduos a possuir um iPhone?

Mas eu tenho que reconhecer que em matéria de design, eles são fantásticos.

Voltando à reportagem, ela começa com a seguinte frase do vice-presidente da Nokia: "S e no mundo tem algo de bom, então copiamos esse algo com muito orgulho". Pessoalmente, achei essa frase uma gafe. Uma coisa é as empresas estarem capitulando e dizendo, "olha, a Apple é mesmo imbatível, e só nos resta copiar as boas idéias dela para sobrevivermos comercialmente". Mas outra coisa bem diferente é o cara dizer que tem orgulho disso... Além disso, o design da Apple não nasce do nada, ele nasce da cabeça e do trabalho de profissionais muito bem pagos e bem formados, com condições de trabalho excelentes. Por que as outras empresas não investem nisso também ao invés de ficar se lamentando e tentando justificar a cópia descarada?

Pois é, nem só de livros e músicas vive a pirataria... Para ouvir esses comentários gravados, é só ir na biblioteca de português do LingQ. A reportagem que eu comento neste post está aqui: http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2036/artigo116027-1.htm

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Eu gosto muito de acompanhar as discussões sobre direitos autorais e direitos de cópia sobre material digital. No LingQ, essa questão aparece de vez em quando, quando a gente acha um material super legal para estudar e não consegue autorização para compartilhá-lo no site. Apesar dele estar disponível gratuitamente no site original, e apesar de a gente se comprometer a não fazer uso comercial e a deixar claras a fonte e a autoria, a verdade é que a grande maioria dos produtores de conteúdo mais profissionais não gosta de permitir o uso do material deles dentro do LingQ.

Eu entendo que essa questão da cópia digital é bem complicada, porque existem várias coisas envolvidas: o direito de acesso à informação é uma delas, mas também o direito de ganhar valores justos pelo trabalho de criação. Além da dificuldade imensa de controlar a cópia, que é tão simples de fazer.

Mas nessa semana me chamou a atenção uma pequena reportagem da IstoÉ sobre a febre de cópias do iPhone. A reportagem se chama: "Todos querem ser iPhone", e fala de pelo menos cinco empresas grandes que criaram cópias quase idênticas do famoso telefone da Apple.

Eu particularmente acho os produtos da Apple mais caros do que seria justificável e também não gosto daquela política de DRM feroz que eles implantam nos iPods. Também não gosto dessa coisa que eles têm de ficar criando "mitos" em torno dos produtos, aquela coisa de induzir as pessoas a fazer fila de madrugada para comprar as primeiras unidades. Não acredito que esses sejam valores que se deva cultivar. Afinal de contas, em que um ser humano se torna melhor ao ser um dos primeiros 1000 indivíduos a possuir um iPhone?

Mas eu tenho que reconhecer que em matéria de design, eles são fantásticos.

Voltando à reportagem, ela começa com a seguinte frase do vice-presidente da Nokia: "Se no mundo tem algo de bom, então copiamos esse algo com muito orgulho".

Pessoalmente, achei essa frase uma gafe. Uma coisa é as empresas estarem capitulando e dizendo, "olha, a Apple é mesmo imbatível, e só nos resta copiar as boas idéias dela para sobrevivermos comercialmente". Mas outra coisa bem diferente é o cara dizer que tem orgulho disso...

Além disso, o design da Apple não nasce do nada, ele nasce da cabeça e do trabalho de profissionais muito bem pagos e bem formados, com condições de trabalho excelentes. Por que as outras empresas não investem nisso também ao invés de ficar se lamentando e tentando justificar a cópia descarada?

Pois é, nem só de livros e músicas vive a pirataria...

Para ouvir esses comentários gravados, é só ir na biblioteca de português do LingQ.

A reportagem que eu comento neste post está aqui: http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2036/artigo116027-1.htm