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PortugueseLingQ, #20 Bernardo & Anita – Politics

#20 Bernardo & Anita – Politics

Bernardo – Olá! Olha, foste votar, este domingo, para o Parlamento Europeu?

Anita – Fui e tu?

Bernardo – Também. Posso te perguntar em quem é que votaste?

Anita – Eu fui votar no Bloco de Esquerda.

Bernardo – Votaste Bloco de Esquerda?! Fizeste bem. No Parlamento Europeu, o Bloco de Esquerda é das forças mais presentes, portanto na Europa. No entanto, em Portugal, já não se passa o mesmo, apesar de terem crescido bastante nestas eleições, comparativamente com cinco anos atrás, o Bloco de Esquerda teve uma percentagem bastante elevada. Penso que ficou entre os dois e os três deputados eleitos contra um deputado eleito há cinco anos atrás. O que é bastante bom, para uma força política da dimensão e estrutura do Bloco de Esquerda. Depois, Portugal, portanto, teve uma grande abstenção. Comparativamente com os outros países da Europa, a abstenção nem foi grande, visto que foi 65%, o que ronda a média dos outros países da Europa. Mas cresceu relativamente há cinco anos atrás. Há cinco atrás, tivemos 61%, tivemos desta vez 65% contra 75% das sondagens, o que era assustador. Mesmo assim, podemos dizer que em cada dez pessoas, 6, 5 não foram às urnas votar. Há quem diga que isto é falta de civismo dos portugueses, no entanto eu penso que não. Penso que a abstenção não é uma forma de civismo, falta de civismo, ela tem simbolismo. Tem o seu simbolismo, na medida em que as pessoas estão descrentes com o Governo e estão descrentes, também, com o Governo Europeu. E dai não irem às urnas, porque acham que qualquer que seja o Governo ou a força política que esteja, seja qual for a sua cor, com o poder, portanto será exactamente a mesma coisa para elas. Daí a sua descrença relativamente a estas eleições. Mas estas eleições tiveram resultados bastante engraçados. Podemos falar do CDS-PP, Partido Popular, o partido mais à direita português com alguma relevância de votos, de percentagem de votos nas urnas, em que cresceu de 3% nas últimas eleições e de 3% nas sondagens até ao último dia, para 10% no final da votação. Elegendo assim, dois deputados e foi uma grande vitória para eles. Tal como a CDU, neste caso o Partido Comunista, não com uma subida tão grande com o CDS, mas também com uma subida, elegendo dois deputados, menos um que o Bloco de Esquerda, por uma percentagem mínima, fazendo assim, do Bloco de Esquerda, a terceira grande força política a nível nacional. Depois, falando dos grandes partidos nacionais, portanto o Partido que faz governo em Portugal, o Partido Socialista, portanto um partido à esquerda e centro, como em princípio deveria de ser. E, depois, o Partido Social Democrata, um partido à direita e ao centro. Portanto, são dois partidos muito semelhantes. O Partido Social Democrata há cinco atrás e nas eleições para o governo, teve um decréscimo enorme em Portugal. Portanto, normalmente, era um partido que atingia sempre entre os 30 e os 40%, e que ou formava governo, ou que estava sempre muito perto de formar governo, teve cerca de 20% ou 15%, portanto nas últimas eleições e agora mostrou-se com 31%, ganhando estas eleições. Ganhando estas eleições ao PS, mostrando assim que as pessoas estão descontentes com o Governo, ao qual deram maioria absoluta há poucos anos atrás, portanto, nas últimas eleições. Penso que o PS é o maior derrotado nestas eleições, apenas só conseguiu atingir 26,6, quase 27%, portanto dos votos. Portanto, foram menos 20% do que nas últimas eleições para o Parlamento Europeu, o que faz do PS, o grande derrotado nestas eleições. No PSD, temos uma grande surpresa, visto o Paulo Ragel ser uma pessoa em que ninguém acreditava, assim como a Manuela Ferreira Leite como líder do PSD, pensaram que o PSD ia continuar com as suas fracas votações das últimas eleições e o que aconteceu foi, precisamente, o contrário. E conseguiram dar a volta por cima e vencer estas eleições. E, depois, portanto temos aí à porta as eleições Autárquicas, o que vai ser bastante engraçado depois destas eleições, porque acredito, que o PS nem sequer possa pensar em repetir a maioria absoluta. Penso que em termos de maioria absoluta, penso ser impensável repetir o mesmo feito das eleições passadas e único do Partido Socialista de conseguir uma maioria absoluta e de poder governar sem precisar de fazer coligação com ninguém. No entanto, penso que a luta pelo poder, irá ser bastante engraçada, visto estarmos num momento de crise e os portugueses terem algum medo da mudança, neste momento. Isto porque, foram muitas medidas políticas implementadas por este Governo Socialista, boas ou más, mas elas foram implementadas, foram eles que as estão a fazerem a correr. Não sei se será boa altura para mudar de voto, eu próprio não sei o que vou fazer, mas será boa altura para mudarmos de cor política e de governo, visto a crise económica mundial nos estar a afectar bastante. E, portanto, penso que, tal como eu, muitos portugueses vão pensar o mesmo e será esse pensamento de medo, de mudança que, dentro desta crise mundial, fará com que o PS possa ter a sua salvação, em termos de votos. O PSD, por outro lado, as pessoas, também, do lado oposto de este medo de mudança, estão muito descontentes com a crise. Estão muito descontentes com estas políticas económicas, portanto a pobreza tem abrangido o país por inteiro e o PSD pode ser uma boa salvação em termos de votos, portanto nestas próximas eleições. Visto, os outros partidos em Portugal não terem estrutura, não terem estrutura para governar. Não terem estrutura, porque se fomos a falar, por exemplo, do CDS-PP, o Partido Popular em Portugal, em outros países do Mundo e da Europa, o Partido Popular tem estrutura governativa, no nosso país não e um partido com essa dimensão, nem o Partido Socialista, nem o Partido Comunista. Portanto, nem o Partido Socialista não, peço perdão, nem o Partido do Bloco de Esquerda, nem o Partido Comunista. Por isso, penso que o voto para governo terá que se dividir entre o PSD e o PS. Mesmo nas Câmaras, estes partidos, portanto o Bloco de Esquerda, como a CDU, como o CDS-PP têm alguma dificuldade em atrair o voto das pessoas, apesar de nas Câmaras votar mais nas pessoas e, muitas vezes, não se olhar à cor política, portanto olhar-se mais ao candidato, mesmo assim, às vezes, a falta de estrutura reflecte-se no voto final das pessoas. Diz-me uma coisa, tu votas na Câmara do?

Anita – Do Porto. E tu?

Bernardo – Eu, também. Também voto na Câmara do Porto. E este ano, estás a pensar votar em quem?

Anita – No PSD.

Bernardo – No PSD? Pronto, então será manter o voto que se encontra no governo. Portanto, o Rui Rio é PSD e encontra-se no seu segundo mandato e se ganhar estas eleições irá para o terceiro. Terceiro e último, visto que em Portugal a lei, em termos de mandato, ter sido modificada, acerca de três ou quatro anos, para um limite de três mandatos para evitar corrupções, vícios, que se instalavam, muitas vezes, nas Câmaras Municipais e nas Juntas de Freguesia devido a um número ilimitado de mandatos que eram possíveis antigamente. Penso que a lei assim, ficou bastante melhor, faz com que não sejam possíveis, portanto esses casos. No entanto, também, não é possível, quando se encontra um real, extremamente bom autárquico, mantê-lo durante mais de doze anos, pelo menos, seguidos à frente do poder local. Mas penso que a nossa conversa sobre política fica por aqui.

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#20 Bernardo & Anita – Politics #20 Bernardo & Anita – Politics

Bernardo – Olá! Olha, foste votar, este domingo, para o Parlamento Europeu?

Anita – Fui e tu?

Bernardo – Também. Posso te perguntar em quem é que votaste?

Anita – Eu fui votar no Bloco de Esquerda.

Bernardo – Votaste Bloco de Esquerda?! Fizeste bem. No Parlamento Europeu, o Bloco de Esquerda é das forças mais presentes, portanto na Europa. No entanto, em Portugal, já não se passa o mesmo, apesar de terem crescido bastante nestas eleições, comparativamente com cinco anos atrás, o Bloco de Esquerda teve uma percentagem bastante elevada. Penso que ficou entre os dois e os três deputados eleitos contra um deputado eleito há cinco anos atrás. O que é bastante bom, para uma força política da dimensão e estrutura do Bloco de Esquerda. Depois, Portugal, portanto, teve uma grande abstenção. Comparativamente com os outros países da Europa, a abstenção nem foi grande, visto que foi 65%, o que ronda a média dos outros países da Europa. Mas cresceu relativamente há cinco anos atrás. Há cinco atrás, tivemos 61%, tivemos desta vez 65% contra 75% das sondagens, o que era assustador. Mesmo assim, podemos dizer que em cada dez pessoas, 6, 5 não foram às urnas votar. Há quem diga que isto é falta de civismo dos portugueses, no entanto eu penso que não. Penso que a abstenção não é uma forma de civismo, falta de civismo, ela tem simbolismo. Tem o seu simbolismo, na medida em que as pessoas estão descrentes com o Governo e estão descrentes, também, com o Governo Europeu. E dai não irem às urnas, porque acham que qualquer que seja o Governo ou a força política que esteja, seja qual for a sua cor, com o poder, portanto será exactamente a mesma coisa para elas. Daí a sua descrença relativamente a estas eleições. Mas estas eleições tiveram resultados bastante engraçados. Podemos falar do CDS-PP, Partido Popular, o partido mais à direita português com alguma relevância de votos, de percentagem de votos nas urnas, em que cresceu de 3% nas últimas eleições e de 3% nas sondagens até ao último dia, para 10% no final da votação. Elegendo assim, dois deputados e foi uma grande vitória para eles. Tal como a CDU, neste caso o Partido Comunista, não com uma subida tão grande com o CDS, mas também com uma subida, elegendo dois deputados, menos um que o Bloco de Esquerda, por uma percentagem mínima, fazendo assim, do Bloco de Esquerda, a terceira grande força política a nível nacional. Depois, falando dos grandes partidos nacionais, portanto o Partido que faz governo em Portugal, o Partido Socialista, portanto um partido à esquerda e centro, como em princípio deveria de ser. E, depois, o Partido Social Democrata, um partido à direita e ao centro. Portanto, são dois partidos muito semelhantes. O Partido Social Democrata há cinco atrás e nas eleições para o governo, teve um decréscimo enorme em Portugal. Portanto, normalmente, era um partido que atingia sempre entre os 30 e os 40%, e que ou formava governo, ou que estava sempre muito perto de formar governo, teve cerca de 20% ou 15%, portanto nas últimas eleições e agora mostrou-se com 31%, ganhando estas eleições. Ganhando estas eleições ao PS, mostrando assim que as pessoas estão descontentes com o Governo, ao qual deram maioria absoluta há poucos anos atrás, portanto, nas últimas eleições. Penso que o PS é o maior derrotado nestas eleições, apenas só conseguiu atingir 26,6, quase 27%, portanto dos votos. Portanto, foram menos 20% do que nas últimas eleições para o Parlamento Europeu, o que faz do PS, o grande derrotado nestas eleições. No PSD, temos uma grande surpresa, visto o Paulo Ragel ser uma pessoa em que ninguém acreditava, assim como a Manuela Ferreira Leite como líder do PSD, pensaram que o PSD ia continuar com as suas fracas votações das últimas eleições e o que aconteceu foi, precisamente, o contrário. E conseguiram dar a volta por cima e vencer estas eleições. E, depois, portanto temos aí à porta as eleições Autárquicas, o que vai ser bastante engraçado depois destas eleições, porque acredito, que o PS nem sequer possa pensar em repetir a maioria absoluta. Penso que em termos de maioria absoluta, penso ser impensável repetir o mesmo feito das eleições passadas e único do Partido Socialista de conseguir uma maioria absoluta e de poder governar sem precisar de fazer coligação com ninguém. No entanto, penso que a luta pelo poder, irá ser bastante engraçada, visto estarmos num momento de crise e os portugueses terem algum medo da mudança, neste momento. Isto porque, foram muitas medidas políticas implementadas por este Governo Socialista, boas ou más, mas elas foram implementadas, foram eles que as estão a fazerem a correr. Não sei se será boa altura para mudar de voto, eu próprio não sei o que vou fazer, mas será boa altura para mudarmos de cor política e de governo, visto a crise económica mundial nos estar a afectar bastante. E, portanto, penso que, tal como eu, muitos portugueses vão pensar o mesmo e será esse pensamento de medo, de mudança que, dentro desta crise mundial, fará com que o PS possa ter a sua salvação, em termos de votos. O PSD, por outro lado, as pessoas, também, do lado oposto de este medo de mudança, estão muito descontentes com a crise. Estão muito descontentes com estas políticas económicas, portanto a pobreza tem abrangido o país por inteiro e o PSD pode ser uma boa salvação em termos de votos, portanto nestas próximas eleições. Visto, os outros partidos em Portugal não terem estrutura, não terem estrutura para governar. Não terem estrutura, porque se fomos a falar, por exemplo, do CDS-PP, o Partido Popular em Portugal, em outros países do Mundo e da Europa, o Partido Popular tem estrutura governativa, no nosso país não e um partido com essa dimensão, nem o Partido Socialista, nem o Partido Comunista. Portanto, nem o Partido Socialista não, peço perdão, nem o Partido do Bloco de Esquerda, nem o Partido Comunista. Por isso, penso que o voto para governo terá que se dividir entre o PSD e o PS. Mesmo nas Câmaras, estes partidos, portanto o Bloco de Esquerda, como a CDU, como o CDS-PP têm alguma dificuldade em atrair o voto das pessoas, apesar de nas Câmaras votar mais nas pessoas e, muitas vezes, não se olhar à cor política, portanto olhar-se mais ao candidato, mesmo assim, às vezes, a falta de estrutura reflecte-se no voto final das pessoas. Diz-me uma coisa, tu votas na Câmara do?

Anita – Do Porto. E tu?

Bernardo – Eu, também. Também voto na Câmara do Porto. E este ano, estás a pensar votar em quem?

Anita – No PSD.

Bernardo – No PSD? Pronto, então será manter o voto que se encontra no governo. Portanto, o Rui Rio é PSD e encontra-se no seu segundo mandato e se ganhar estas eleições irá para o terceiro. Terceiro e último, visto que em Portugal a lei, em termos de mandato, ter sido modificada, acerca de três ou quatro anos, para um limite de três mandatos para evitar corrupções, vícios, que se instalavam, muitas vezes, nas Câmaras Municipais e nas Juntas de Freguesia devido a um número ilimitado de mandatos que eram possíveis antigamente. Penso que a lei assim, ficou bastante melhor, faz com que não sejam possíveis, portanto esses casos. No entanto, também, não é possível, quando se encontra um real, extremamente bom autárquico, mantê-lo durante mais de doze anos, pelo menos, seguidos à frente do poder local. Mas penso que a nossa conversa sobre política fica por aqui.