Região de maior biodiversidade do planeta, onde está localizado o sistema fluvial mais extenso e de maior massa líquida da Terra e a maior floresta pluvial tropical, a Amazônia é hoje foco de múltiplos e conflitantes interesses. Para articular as diversas demandas sobre a região, o governo brasileiro tem contado com a ajuda da geógrafa Bertha Becker, professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde 1970, ela se embrenha floresta adentro para ouvir índios, empresários, peões, religiosos e representantes do governo e compreender os vários olhares sobre esse complexo território de 5,22 milhões de km 2 . Hoje seu nome é uma referência mundial, quando o assunto é Amazônia.
Convidada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2004, para subsidiar a gestão integrada dos projetos para a Amazônia, da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), Becker defende uma política de consolidação do desenvolvimento da região que impeça a destruição de seu bem maior: a diversidade do patrimônio natural e cultural.
Atualmente, a geógrafa dedica-se a estratégias de implementação dessa política, acentuando a importância de uma revolução científica e tecnológica que inclua uma logística específica para a Amazônia. Tal logística, em sua opinião, deve-se centrar nas cidades, no fortalecimento institucional e na regionalização, identificando as diferentes áreas dentro da extensa região, com suas potencialidades e limitações.
Nesta entrevista, Bertha Becker fala de suas propostas.