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RTP Falamos Português, Falamos Portuguese 5.1

PROGRAMA 5 CAFÉS LITERÁRIOS Portugal tem uma grande diversidade de cafés e de pastelarias, desde as casas com «história» e «tradição» a locais mais recentes e descontraídos. Existem, em frente a alguns destes estabelecimentos, agradáveis esplanadas, donde pode, tranquilamente, admirar-se o rio enquanto se saboreia um café. As cafetarias, comummente designadas «cafés», são um local de encontro e de convívio social. O convite para se «ir tomar um café» é claramente um apelo ao encontro, um pretexto para se sair de casa, ver os amigos e «dar dois dedos de conversa». As pastelarias são locais ideais para, a meio da tarde, se fazer um pequeno lanche. Além de sandes e dos típicos salgados, pode deleitar-se com a deliciosa pastelaria portuguesa, que é extremamente diversificada e sempre apetitosa. Os primeiros cafés portugueses surgiram em Lisboa, em meados do século XVIII – os chamados «Botequins». Ao longo da história, alguns serão local de tertúlia literária, de discussão cultural e de debate político e ideológico. Destes «cafés literários», outrora centros de cultura, chegaram até nós, em Lisboa, o Martinho da Arcada, o Café Nicola e a Brasileira e no Porto, o Majestic.

(Infelizmente essa transcrição da conversa entre a Ana eo João não é exato.)

João: – Onde preferes ficar? Ficamos aqui ou ali, mais ao fundo?

Ana: – A mim, tanto me faz! esta mesa está livre, sentamo-nos já Ana: – Depois desta caminhada tuda, apetece mesmo é descansar... João: – E a mim também! Ana:– Já reparaste no encanto desta praça e, sobretudo, deste café?... Apetece-me mesmo ficar aqui uns instantes... a sentir Lisboa... a “saborear” este espaço... João: – Saborear o espaço? E um prego, não? O retorno às origens deixou-te muito poética, primita!

Ana: – Pois foi, olha tu continuas na mesma! Um bom garfo é sempre um bom garfo, a “barriga” vem primeiro! Mas tens razão, vamos pedir! Também já tendo um bocadinho de fome! Disseste que querias comer o quê, repete lá?... Um prego?...

João: – Ah! Então “a intelectual” precisa das explicações aqui do comilão, não é? Podes contar comigo... sei tudo sobre comida portuguesa! Um prego é uma sandes de bife de vaca! A tua tia fazia lá em Quando ficava com saudades...!

Ana: – É verdade, já me lembro!

João: – Olha, agora ainda fiquei com mais vontade de comer um prego! Até sinto água na boca!

Ana: – Um prego? Não preciso nada! A mim, não gosto muito de vaca... Prefiro porco! É menos rijo e mais saboroso.

João: – Então aconselho-te a pedires uma bifana - um sandes bife de porco no pão! Ou se quiseres algo igualmente típico mas mais ligeiro, uma empadinha de galinha ...ou um ou dois pastéis de bacalhau, sei lá... isto para não ires para a tosta mista ou para o cachorro, que isso comes tu em qualquer lado!

Ana: – Ah, é isso mesmo! Aceito a tua sugestão: vou comer uma bifana... Olhe, por favor! Desculpe!

Empregado: - Boa tarde!

Ana: - Boa tarde!

João: – Boa tarde!

Ana: - Era um prego e uma bifana, se faz favor! Empregado: - Sim, senhora! E para beber?

João: - Eu queria uma imperial.

Ana: - E eu gostava de um refrigerante...oh, não, desculpe, traga-me antes um sumo de laranja natural, se não se importa!

Empregado: - Hum...desculpe...Sumo de laranja natural não temos. Poderá ser um sumo de máquina ou um sumo...?

Ana: - Pode ser um sumo de máquina, sem gás!

Empregado: - Sem gás... Ana: - Olhe, de maçã... Empregado: - Sim, senhora. João: – Sabes, Ana, acho que tens razão quanto a esta praça – é um local mesmo encantador!

Ana: – É! É Majestosa e imponente! Vês aquela estátua ali no centro? ... vais ver primiero É de D. José!... que reinava em 1755... quando foi o terramoto que praticamente arrasou Lisboa!

João: – É um bom exemplo da Arquitectura Pombalina – repara que tem um traçado absolutamente simétrico. Aliás, uma das estátuas ali do Arco da Rua Augusta representa o próprio Marquês de Pombal... o que foi responsável pela reconstrução da cidade depois do terramoto.

Empregado : – Ora aqui está! O prego?

João : – É para mim!

Empregado: – uma imperial.

João: – Obrigado.

Ana: – Muito obrigada.

Ana: – Bom apetite!

João: – Obrigado.

Igualmente.

João: – Então, que tal? Está boa?

Ana: –Hum! Esta bifana está óptima!

João: – Então, agora já podemos pedir o café? O melhor uma bica, como se diz aqui em Lisboa! só se usa “café”!

Ana: – Curiosa, essa diferença regional! Mas eu não queria um café muito forte.

João: – Então pede um carioca, que é um café fraquinho - a não ser que queiras um descafeinado ou um nescafé! Eu vou pedir uma bica curta escaldada (uma italiana)!

João: – Por favor, poderia trazia-nos um café curto e um carioca café?

Empregado: – Sai um carioca e uma bica bem tirada!

Ana: – Ó João...! Já viste bem sitio onde vamos tomar café? Por este local passaram algumas das mais importantes personalidades do mundo político, cultural e artístico português... João: – Sim... Eça de Queirós, Cesário Verde, Almada Negreiros, Fernando Pessoa... E tu já pensaste nas discussões... nas ideias inovadoras que aqui terão surgido?... exactamente neste local... à volta destas mesmas mesas de café?

Ana: – Sim, Fernando Pessoa escreveu aqui a Mensagem!

João: – .. inspirador de uma aromática chávena de café!

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PROGRAMA 5

CAFÉS LITERÁRIOS


Portugal tem uma grande diversidade de cafés e de pastelarias, desde as casas com «história» e «tradição» a locais mais recentes e descontraídos. Existem, em frente a alguns destes estabelecimentos, agradáveis esplanadas, donde pode, tranquilamente, admirar-se o rio enquanto se saboreia um café.
As cafetarias, comummente designadas «cafés», são um local de encontro e de convívio social. O convite para se «ir tomar um café» é claramente um apelo ao encontro, um pretexto para se sair de casa, ver os amigos e «dar dois dedos de conversa». As pastelarias são locais ideais para, a meio da tarde, se fazer um pequeno lanche. Além de sandes e dos típicos salgados, pode deleitar-se com a deliciosa pastelaria portuguesa, que é extremamente diversificada e sempre apetitosa. Os primeiros cafés portugueses surgiram em Lisboa, em meados do século XVIII – os chamados «Botequins». Ao longo da história, alguns serão local de tertúlia literária, de discussão cultural e de debate político e ideológico. Destes «cafés literários», outrora centros de cultura, chegaram até nós, em Lisboa, o Martinho da Arcada, o Café Nicola e a Brasileira e no Porto, o Majestic.

 

(Infelizmente essa transcrição da conversa entre a Ana eo João não é exato.)

João: – Onde preferes ficar? Ficamos aqui ou ali, mais ao fundo?

Ana: – A mim, tanto me faz! esta mesa está livre, sentamo-nos já

Ana: – Depois desta caminhada tuda, apetece mesmo é descansar...

João: – E a mim também!

Ana:–  Já reparaste no encanto desta praça e, sobretudo, deste café?... Apetece-me mesmo ficar aqui uns instantes... a sentir Lisboa... a “saborear” este espaço...

João: – Saborear o espaço? E um prego, não? O retorno às origens deixou-te muito poética, primita!

Ana: – Pois foi, olha tu continuas na mesma! Um bom garfo é sempre um bom garfo, a “barriga” vem primeiro! Mas tens razão, vamos pedir! Também já tendo um bocadinho de fome! Disseste que querias comer o quê, repete lá?... Um prego?...

João: – Ah! Então “a intelectual” precisa das explicações aqui do comilão, não é? Podes contar comigo... sei tudo sobre comida portuguesa! Um prego é uma sandes de bife de vaca!  A tua tia fazia lá em Quando ficava com saudades...!

Ana: – É verdade, já me lembro!

João: – Olha, agora ainda fiquei com mais vontade de comer um prego! Até sinto água na boca!

Ana: – Um prego? Não preciso nada! A mim, não gosto muito de vaca... Prefiro porco! É menos rijo e mais saboroso.

João: – Então aconselho-te a pedires uma bifana - um sandes bife de porco no pão! Ou se quiseres algo igualmente típico mas mais ligeiro, uma empadinha de galinha ...ou um ou dois pastéis de bacalhau, sei lá... isto para não ires para a tosta mista ou para o cachorro, que isso comes tu em qualquer lado!

Ana: – Ah, é isso mesmo! Aceito a tua sugestão: vou comer uma bifana... Olhe, por favor! Desculpe!

Empregado: - Boa tarde!

Ana: - Boa tarde!

João: – Boa tarde!

Ana: - Era um prego e uma bifana, se faz favor!
Empregado: - Sim, senhora! E para beber?

João: - Eu queria uma imperial.

Ana: - E eu gostava de um refrigerante...oh, não, desculpe, traga-me antes um sumo de laranja natural, se não se importa!

Empregado: - Hum...desculpe...Sumo de laranja natural não temos. Poderá ser um sumo de máquina ou um sumo...?

Ana: - Pode ser um sumo de máquina, sem gás!

Empregado: - Sem gás...

Ana: - Olhe, de maçã...

Empregado: - Sim, senhora.

João: – Sabes, Ana, acho que tens razão quanto a esta praça – é um local mesmo encantador!

Ana: – É! É Majestosa e imponente! Vês aquela estátua ali no centro? ... vais ver primiero É de D. José!... que reinava em 1755... quando foi o terramoto que praticamente arrasou Lisboa!

João: – É um bom exemplo da Arquitectura Pombalina – repara que tem um traçado absolutamente simétrico. Aliás, uma das estátuas ali do Arco da Rua Augusta representa o próprio Marquês de Pombal... o que foi responsável pela reconstrução da cidade depois do terramoto.

Empregado : – Ora aqui está! O prego?

João : – É para mim!

Empregado: – uma imperial.

João: – Obrigado.

Ana: – Muito obrigada.

Ana: – Bom apetite!

João: – Obrigado. Igualmente.

João: – Então, que tal? Está boa?

Ana: –Hum! Esta bifana está óptima!

João: – Então, agora já podemos pedir o café? O melhor uma bica, como se diz aqui em Lisboa! só se usa “café”!

Ana: – Curiosa, essa diferença regional! Mas eu não queria um café muito forte.

João: – Então pede um carioca, que é um café fraquinho - a não ser que queiras um descafeinado ou um nescafé! Eu vou pedir uma bica curta escaldada (uma italiana)!

João: – Por favor, poderia  trazia-nos um café curto e um carioca café?

Empregado: – Sai um carioca e uma bica bem tirada!

Ana: – Ó João...! Já viste bem sitio onde vamos tomar café? Por este local passaram algumas das mais importantes personalidades do mundo político, cultural e artístico português...

João: – Sim... Eça de Queirós, Cesário Verde, Almada Negreiros, Fernando Pessoa... E tu já pensaste nas discussões... nas ideias inovadoras que aqui terão surgido?... exactamente neste local... à volta destas mesmas mesas de café?

Ana: – Sim, Fernando Pessoa escreveu aqui a Mensagem!

João: – .. inspirador de uma aromática chávena de café!