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Jill Bolte Taylor, www.ted.com,, 4-Jill Bolte Taylor, www.ted.com,

4-Jill Bolte Taylor, www.ted.com,

E pouco depois eu estava numa ambulância que ia de um hospital, por Boston, para o Hospital Geral de Massachusetts E enrolei-me numa pequena bola fetal. E tal como um balão com a última réstia de ar, ali, mesmo a sair do balão, eu senti a minha energia elevar-se -- senti o meu espírito render-se. E nesse momento eu soube que tinha deixado de ser a coreógrafa da minha vida. E mesmo assim os médicos salvaram o meu corpo e deram-me uma segunda oportunidade na vida, ou isto foi talvez o meu momento de transição. Quando acordei nessa tarde, fiquei chocada por saber que ainda estava viva. Quando senti o meu espírito render-se, disse adeus à minha vida. E a minha mente estava agora suspensa entre dois planos opostos da realidade. A estimulação que entrava através dos meus sistemas sensoriais era como pura dor. A luz queimava o meu cérebro como se fosse fogo, e os sons eram tão altos e caóticos que eu não conseguia distinguir uma voz do barulho de fundo, e só queria fugir. Porque não conseguia identificar a posição do meu corpo no espaço, senti-me enorme e expansiva, como um génio liberto da sua lâmpada. E o meu espírito subiu livre, como uma grande baleia a deslizar pelo mar da euforia silenciosa. Nirvana. Eu encontrei o Nirvana. E eu lembro-me de pensar, eu nunca conseguirei espremer a enormidade em mim mesma dentro deste pequeno corpo. Mas apercebi-me, "Mas eu ainda estou viva! Eu ainda estou viva, e eu encontrei o Nirvana. E se eu encontrei o Nirvana e ainda estou viva, então todos os que estão vivos podem encontrar o Nirvana." E imaginei um mundo cheio de pessoas belas, pacíficas, compassivas, afectuosas, que sabiam que podiam chegar a esse espaço em qualquer altura. E que elas podiam escolher propositadamente ficar à direita dos seus hemisférios esquerdos e encontrar esta paz. E depois apercebi-me do tremendo presente que esta experiência podia ser, que podia ser um acesso de introspecção, sobre a forma como vivemos as nossas vidas. E isso motivou-me a recuperar. Duas semanas e meia após a hemorragia, os cirurgiões removeram um coágulo do tamanho de uma bola de golfe que estava a pressionar os meus centros de linguagem. Aqui estou eu com a minha mamã, que é um verdadeiro anjo na minha vida. Demorei oito anos a recuperar completamente.

Afinal, quem somos nós? Somos a força da vida, poder do universo, com destreza manual e duas mentes cognitivas. E temos o poder de escolher, momento a momento, quem e como queremos ser no mundo. Aqui e agora, eu posso entrar na consciência do meu hemisfério direito, onde nós estamos. Eu sou a força da vida, poder do universo. Eu sou a força da vida, poder de 50 triliões de incríveis génios moleculares que criam a minha forma, em harmonia com tudo o que isso inclui. Ou posso escolher entrar na consciência do meu hemisfério esquerdo, onde me torno um indivíduo singular, um sólido. Separado da corrente, separado de vós. Eu sou a Dra. Jill Bolte Taylor: intelectual, neuroanatomista. Estes são os "nós" dentro de mim. Qual deles escolheriam? Qual deles escolhem? E quando? Acredito que quanto mais tempo passamos a escolher activar o circuito profundo de paz interior dos nossos hemisférios direitos, mais paz iremos projectar no mundo, e mais pacífico será o nosso planeta.

E pensei que essa fosse uma ideia que valesse a pena divulgar.

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E pouco depois eu estava numa ambulância que ia de um hospital, por Boston, para o Hospital Geral de Massachusetts E enrolei-me numa pequena bola fetal. E tal como um balão com a última réstia de ar, ali, mesmo a sair do balão, eu senti a minha energia elevar-se -- senti o meu espírito render-se. E nesse momento eu soube que tinha deixado de ser a coreógrafa da minha vida. E mesmo assim os médicos salvaram o meu corpo e deram-me uma segunda oportunidade na vida, ou isto foi talvez o meu momento de transição. Quando acordei nessa tarde, fiquei chocada por saber que ainda estava viva. Quando senti o meu espírito render-se, disse adeus à minha vida. E a minha mente estava agora suspensa entre dois planos opostos da realidade. A estimulação que entrava através dos meus sistemas sensoriais era como pura dor. A luz queimava o meu cérebro como se fosse fogo, e os sons eram tão altos e caóticos que eu não conseguia distinguir uma voz do barulho de fundo, e só queria fugir. Porque não conseguia identificar a posição do meu corpo no espaço, senti-me enorme e expansiva, como um génio liberto da sua lâmpada. E o meu espírito subiu livre, como uma grande baleia a deslizar pelo mar da euforia silenciosa. Nirvana. Eu encontrei o Nirvana. E eu lembro-me de pensar, eu nunca conseguirei espremer a enormidade em mim mesma dentro deste pequeno corpo. Mas apercebi-me, "Mas eu ainda estou viva! Eu ainda estou viva, e eu encontrei o Nirvana. E se eu encontrei o Nirvana e ainda estou viva, então todos os que estão vivos podem encontrar o Nirvana." E imaginei um mundo cheio de pessoas belas, pacíficas, compassivas, afectuosas, que sabiam que podiam chegar a esse espaço em qualquer altura. E que elas podiam escolher propositadamente ficar à direita dos seus hemisférios esquerdos e encontrar esta paz. E depois apercebi-me do tremendo presente que esta experiência podia ser, que podia ser um acesso de introspecção, sobre a forma como vivemos as nossas vidas. E isso motivou-me a recuperar. Duas semanas e meia após a hemorragia, os cirurgiões removeram um coágulo do tamanho de uma bola de golfe que estava a pressionar os meus centros de linguagem. Aqui estou eu com a minha mamã, que é um verdadeiro anjo na minha vida. Demorei oito anos a recuperar completamente.

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